Nem sempre é fácil fazer as crianças obedecerem às orientações dos pais, responsáveis ou professores. E se a educação é baseada no autoritarismo e na imposição, pode ser ainda mais difícil fazer com que os filhos nos ouçam, afirma Bete Rodrigues, educadora e referência em Disciplina Positiva, a . Isso porque as crianças terão mais vontade de ignorar os limites impostos. “As ordens criam uma ‘resistência’ em quem as ouve. Não criam o desejo de colaborar. Sob a perspectiva de utilizar uma educação mais respeitosa, gentil e firme ao mesmo tempo, existem formas do adulto conseguir a cooperação da criança”, disse.
Segundo ela, pais e mães conscientes, firmes e gentis são capazes de criar filhos cooperativos. “Ser firme não tem a ver com força ou agressividade, mas sim saber ter atitudes coerentes com suas falas. O importante é utilizar de firmeza (e ensinar responsabilidade) e de gentileza ao mesmo tempo – inclusive na hora dos comportamentos desafiadores das crianças. Dessa forma, elas poderão desenvolver habilidades socioemocionais através do exemplo desse adulto”, destaca.
Mas, afinal, como os pais podem fazer isso? Para ajudar, Bete Rodrigues separou alguns exemplos que são bastante comuns no dia a dia e explicou como os pais podem agir da melhor forma. Confira:
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1. Quando a criança diz que não vai comer a comida que os pais oferecem
Já passou por essa? Os pais preparam uma refeição completa e saudável, mas o filho diz que não quer comer aquilo que os pais escolheram e que quer decidir o próprio jantar. “Ofereça ‘escolhas limitadas’ – uma ferramenta da Disciplina Positiva. Isto é, usando uma voz calma, ofereça duas opções saudáveis de jantar e permita que a criança escolha uma delas. Isso dá ao pequeno uma sensação de escolha dentro de opções que os pais aprovam”, sugere Bete.
2. Quando a criança começa a chorar porque os pais não querem comprar um brinquedo para ela
Nem sempre dá para comprar tudo que o filho pede, e é importante ensinar limites sobre consumo e dinheiro para as crianças. Se o pequeno começar a se irritar, gritar e chorar, tenha calma e explique a situação. “Diga com empatia que entende a frustração dela e que você não pode comprar um brinquedo toda vez que sai de casa. Reconheça e valide os sentimentos da criança, enquanto se mantém firme (com gentileza e respeito) na sua decisão”, orienta a especialista.
3. Quando a criança não quer ir embora, mesmo após os pais dizerem que está na hora
Todo mundo já deve ter passado por uma situação como essa: a criança não quer sair do parque, da festa ou da casa do amigo, mesmo após os pais dizerem que já está na hora de ir. “Ofereça tempo de processamento. Dê um tempo para a criança processar a informação e lidar com a frustração. E acrescente algo que direcione sua atenção com bom humor. Diga algo assim: ‘Eu entendo que você queria ficar mais agora é hora de ir embora. Você que ir embora dando passos de elefante ou de coelho?'”, finaliza.