As recomendações para evitar o contágio pelo novo coronavírus estão por toda parte, em redes sociais, nas notícias online e na TV. Mas a situação é atípica e ainda traz inúmeras dúvidas aos pais. O que é permitido e o que não é recomendado para as crianças em quarentena? Reunimos abaixo algumas orientações em relação aos pequenos que devem ser seguidas durante este período.
As crianças podem passear ao ar livre? E quanto ao parquinho do prédio/condomínio ou praças?
A recomendação é evitar aglomerações. Por isso, passeios por ambientes com muita gente e o contato com outras crianças não são indicados, mesmo que aconteçam ao ar livre. “O problema do playground, além da aglomeração, são as superfícies contaminadas. O ideal é evitar sair nesse período”, diz a pediatra Patrícia Rezende, do grupo Prontobaby. O caso das praças é parecido com o do parquinho: a criança poderia encostar em superfícies contaminadas e ir embora levando o vírus. Agora é o momento de manter as crianças dentro de casa.
Posso chamar um amiguinho das crianças para vir em casa?
“Não é ideal. Sabemos que a maior parte das infecções é assintomática, portanto o amigo pode estar contaminado e ser fonte de transmissão da doença”, explica a pediatra.
Crianças em quarentena podem ter contato com os avós?
Devemos evitar que os pequenos tenham contato físico com os avós neste momento, pois eles estão entre os grupos de risco para o novo coronavírus. Mas as crianças podem falar com o vovô e a vovó por meio de ligações telefônicas ou mensagens de texto ou áudio. Crianças menores podem ser mostradas para os avós em vídeo-chamadas. “Se for impossível evitar o contato, deve-se usar máscara e lembrar de higienizar bem as mãos antes”, recomenda Patrícia.
Leia também: Marcas oferecem guias com brincadeiras para as crianças se divertirem em casa
Como agir com crianças pequenas, que levam as mãos à boca com frequência?
É preciso manter as mãos do bebê sempre limpas e a casa sempre higienizada. A pediatra sugere usar hipoclorito (água sanitária) para higienizar o chão diariamente, pois ele mata o vírus.
E quanto aos brinquedos? Como devo higienizá-los e com que frequência?
Patrícia diz que limpar diariamente todos os brinquedos com álcool antes de a criança brincar é uma boa estratégia. “O vírus sobrevive por até três dias em materiais de plástico”, afirma ela.
Como devo fazer a esterilização de chupetas e mamadeiras?
As mamadeiras, preferencialmente, devem ser esterilizadas antes de cada uso e as chupetas, diariamente – o que deve ser uma prática comum, independentemente da quarentena. “A esterilização deve ser feita fervendo o bico da mamadeira ou chupeta por cinco minutos em uma panela com água ou no microondas com esterilizador”, ensina Patrícia.
Leia também: 4 dicas para ajudar as crianças a manter a rotina de estudos mesmo em ‘quarentena’
Se for inevitável sair de casa, quais são as recomendações ao voltar?
Segundo Patrícia, é preciso tirar o calçado antes de entrar em casa, tirar toda a roupa usada na rua e colocar para lavar. Em seguida, tomar um banho ou, se não for possível, higienizar muito bem as mãos e os braços até a altura dos cotovelos.
Como cuidar da alimentação das crianças durante a quarentena?
Patrícia aconselha que a criança tenha uma dieta variada e colorida para ajudar a manter a imunidade em dia. “É super importante que ela seja rica em zinco, selênio, antioxidantes, vitamina C, vitamina E, Ômega 3 e probióticos”, enumera.
Leia também: Alimentação das crianças: dicas para seu filho comer melhor durante a quarentena
Se meu filho quiser saber algo sobre o coronavírus, devo evitar falar com ele sobre esse tema?
A esta altura, seu filho provavelmente já sabe o que é o vírus e como se proteger e entende, do jeito dele, que a quarentena é uma medida de proteção que vai durar algum tempo. Se ele tiver outras dúvidas sobre o assunto, não ignore: procure-as esclarecer com respostas simples e usando sempre uma linguagem apropriada à idade da criança.
Que dicas podemos seguir ao conversar com os pequenos sobre a importância de seguir os cuidados?
Os pais devem ensinar as crianças a lavar as mãos mais vezes ao dia e tomar banhos mais frequentemente. Também é preciso falar que eles não podem colocar a mão na boca, nariz ou olhos. “Para os menores, é importante transformar essa conversa em algo lúdico, com desenhos e brincadeiras”, comenta Patrícia.
Leia também: Coronavírus: streaming grátis e TV para distrair as crianças em casa
Um exemplo de forma lúdica de conversar com as crianças sobre o coronavírus é esta cartilha aqui, lançada pela plataforma de conteúdo infantil PlayKids, que os pais podem baixar e imprimir para usar com os pequenos. Você pode conferir outras formas lúdicas de falar sobre a pandemia clicando aqui.
Quer receber mais conteúdos como esse? Clique aqui para assinar a nossa newsletter.
- Abordagem Pikler valoriza o brincar livre e o ritmo individual de cada criança
- Consumo de bebidas doces por crianças e adolescentes cresce 23% em 30 anos
- O impacto das telas na infância: uma análise sobre desenvolvimento e atenção
- ‘Não precisa chorar’: ”5 frases que não devemos dizer aos filhos
- Teoria Polivagal: cientista explica relação entre sistema nervoso e traumas