Quem não conhece o personagem “Cascão“, do cartunista Mauricio de Sousa? Assim como ele, há crianças e adolescentes que não querem nem saber de entrar no chuveiro. Parece exagero, mas alguns chegam a passar dias sem se molhar. E esse momento de higiene pessoal, que também ajuda a relaxar o corpo e a mente, se torna um tormento para os pequenos – e para os pais que já não sabem mais o que dizer para que os filhos entendam a importância do banho.
“É através do banho que removemos o suor, sujeiras e alguns microorganismos que podem ser prejudiciais à saúde. O banho também é um momento de relaxamento e de muita interações, ajudando o desenvolvimento das crianças”, diz a dra. Felicia Szeles, pediatra especialista em alergia e imunologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
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Dicas para tornar o banho mais fácil e divertido
O banho deveria ser um momento prazeroso e relaxante. Os pais precisam procurar entender o que incomoda as crianças em relação a essa higiene e ajudá-las a se sentirem mais confortáveis. “Tudo é uma questão de jeitinho, de conversa. É preciso lembrar que eles precisam de rotina e precisam de regras, mas que também temos que escutar os argumentos deles e sermos um maleáveis”, afirma a pediatra.
Comunicação é chave
A comunicação é a melhor forma de resolver o problema. “Conversar com as crianças é sempre um bom caminho para criarmos laços afetivos com elas e isso é fundamental para tornar nossa comunicação mais efetiva. Devemos aproveitar para falar sobre a importância da higiene em momentos do cotidiano, como quando estamos lavando as mãos, na escovando os dentes, ou no próprio banho, de forma calma e sem esperar que as crianças compreendam de pronto”, diz Lidia Nakamura, psiquiatra da infância e da adolescência do Centro Psiquiátrico Interdisciplinar (CENPI), em São Paulo. Os pais também precisam ter um olhar atento e tratar as crianças com carinho e paciência, além de serem exemplo para elas, sempre mantendo uma boa higiene.
Para os menores, a psiquiatra diz que os adultos devem se comunicar usando uma linguagem acessível e recomenda que os pais cantem para os pequenos, pois pode ajudar a assimilar os fatos e incorporar as práticas de higiene no dia a dia. Com os mais velhos, as conversas podem ser mais sérias, os pais podem explicar sobre doenças causadas pelos microorganismos e abordar a importância do banho na socialização, já que a falta de higiene pode levar a uma aparência e cheiro descuidados, trazendo rejeição social.
Porém, tudo deve ser feito com muita calma e respeito. Uma ideia é perguntar para a criança por que não está querendo tomar banho antes de criticar o comportamento. “Se chegarmos já apontando o dedo para eles, vão se fechar para o diálogo. Precisamos ser acolhedores e abertos para primeiro compreender o que está havendo. Vamos lembrar que pode ser a manifestação de algum problema mais sério”, destaca Lidia Nakamura.
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Estabelecer uma rotina
“Crianças precisam de regras e rotinas. Combinar horários evita brigas e o dia a dia flui sem muito stress. Ajuda avisar, por exemplo, que em 10 min vão parar de brincar para tomar banho e jantar. Se elas sabem o que vão fazer com certa antecedência, facilita muito a aceitação”, diz Felicia Szeles. A psiquiatra Lidia Nakamura concorda que é uma ótima ideia ter uma rotina mais estruturada, porque dá à criança a sensação de previsibilidade, o que a deixa bem mais tranquila em relação ao banho.
Incorporar brincadeiras
“Uma forma de transformar o banho em algo leve, é torná-lo lúdico. Em cada faixa etária, pode ser introduzido um tipo de brincadeira. Conforme a criança vai ganhando autonomia e se tornando adolescente, pode colocar música e mostrar que o banho é um momento de autocuidado e relaxamento”, aponta Felicia Szeles. Lidia Nakamura também recomenda o uso de músicas e brinquedos na hora do banho. É interessante utilizar produtos escolhidos pela criança como sabonetes e shampoos de seus personagens favoritos. De acordo com a psiquiatra, fora do banho, os livros e filminhos sobre o tema podem ser bons aliados.
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Mas afinal, por que algumas crianças não gostam do banho?
“São vários os fatores que podem estar associados à resistência ao banho, desde um comportamento de se opor aos pais até o medo”, explica a dra. Lidia Nakamura. Caso a oposição ao banho seja muito frequente, existe a possibilidade de que esteja relacionada ao medo. “Por alguma razão, a criança está associando o banho a alguma suposta ameaça e seu mecanismo natural de se defender de algum perigo é ativado. Também pode ser que ela tenha tomado algum susto em contato com a água”, relata Lidia Nakamura. É fundamental descobrir o que está acontecendo para amenizar o incômodo no momento do banho.
É até possível que o pequeno seja mais sensível a algo relacionado ao banho, como a temperatura, a sensação da água na cabeça, o barulho do chuveiro ou do secador de cabelo. No caso dos bebês, é provável que eles estejam ainda se acostumando com os banhos, por isso, podem ficar mais desconfortáveis no início.
No entanto, caso o comportamento esteja relacionado apenas à oposição aos pais, os episódios podem ser mais pontuais e não tão constantes. Algo que pode incomodar as crianças é ser interrompida de forma súbita em algum momento em que ela está imersa em sua fantasia para tomar banho, explica a Lidia Nakamura. “Nós adultos sabemos como dizer que não estamos de acordo, diferente das crianças, principalmente as mais novinhas, que não têm esse recurso ainda e vão se comunicar através do comportamento de choro, birra”, diz a psiquiatra.
Já crianças mais velhas e adolescentes podem resistir ao banho porque não querem sair da frente do computador ou parar de brincar, por exemplo, explica a médica Felicia Szeles. Mas, para Lidia Nakamura, este não é o único fator que deve ser considerado. “Não podemos descartar que alguma dificuldade pode estar acontecendo, como algum problema com a sua auto-imagem, conflitos com colegas e até depressão”, afirma a especialista. Por isso, é importante que os pais busquem compreender os sentimentos por trás desse comportamento.
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A frequência ideal de banhos
O recomendado é que as crianças tomem banho uma vez por dia. “Mas, isso é muito cultural e a quantidade de banhos pode variar de acordo com o clima local”, acrescenta. Embora não haja problema em dar mais de um banho em um mesmo dia, é preciso ter alguns cuidados em como realizá-lo. “O primeiro deles é usar pouco sabonete e shampoo, para evitar ressecamento da pele. Use produtos específicos para as idades e se seu filho tiver uma pele mais sensível ou alguma alergia, converse com sua pediatra para escolher o sabonete mais indicado para essa situação”, explica Felicia Szeles. O excesso de banhos também remove a oleosidade natural da pele, que funciona como uma barreira de proteção.
De acordo com a médica, não existe uma regra para realizar essa higiene, mas os cuidados básicos são com a temperatura da água e com os tipos de shampoos e sabonetes utilizados. “O ideal é sempre usar produtos apropriados para a faixa etária, minimizando as chances de alergia e irritações”, aponta. Principalmente com bebês que tomam banho de banheira, a pediatra julga importante não abusar da quantidade, pois o excesso de sabão que ficar na pele pode causar ressecamento e aumentar chance de lesões. Além disso, não é recomendado o uso constante de bucha e é interessante lembrar de limpar os lugares esquecidos, como atrás das orelhas. Portanto, um banho completo e bem feito é crucial para manter uma boa saúde e é preciso que os pais insistam, mesmo que os filhos não gostem.
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minha sobrinha chilena de 24 anos NAO consegue decidir o sabor da pizza. completamente bloqueada; por ” educação ” tem q aguardar 30 a 40 minutos se quer mozarela ou aquela mesma q o outro escolheu. meu irmão teve na sua infância o esquecimento parental…foi morar com os avós.meu pai ” enciumado ” pq o filho morava com os pais. minha mãe nem lembrava dele. nem telefonava. nem enviava carta. agora eu entendo pq meu irmão pediu divórcio. esposa com tumor no ouvido. filha caçula com tumor no ouvido. e a 1a. filha completamente desorientada e indecisa. acredito q houve um excesso de proteção e não os pais nao incentivaram a formação da personalidade.