Sol, calor, praia, viagens… As férias de verão são repletas de delícias para aproveitar em família. Mas, por outro lado, o clima quente, as picadas de inseto e os alimentos consumidos fora de casa são a combinação perfeita para o aumento das alergias. Além disso, com a mudança brusca de temperaturas entre os meses de dezembro e março, a imunidade do corpo tende a oscilar também, o que contribui para que as crianças fiquem mais suscetíveis à reações alérgicas.
Por isso, é fundamental tomar um cuidado redobrado com a saúde dos pequenos nessa época do ano e evitar qualquer susto durante as férias. Para ajudar os pais, especialistas destacaram as principais alergias que se manifestam no verão, quais são os principais sinais de alerta, como tratá-las e preveni-las. Confira!
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Dermatites
Uma das alergias mais comuns do verão, especialmente entre os pequenos, são as brotoejas. “Tratam-se de pequenas erupções na pele, que se não forem tratadas adequadamente, podem deixar manchas e a pele marcada. Surgem com o acúmulo de gordura e suor”, explica Antonio Condino-Neto, Presidente do Departamento de Imunologia da Sociedade Brasileira de Pediatria e Coordenador do Laboratório de Imunologia Humana do ICB-USP.
Na grande maioria das vezes, as brotoejas somem sozinhas. “Para preveni-las o mais indicado é evitar o contato direto com o sol, com produtos para a pele e banho quente. O uso de roupas mais leves também é indicado para evitar atrito com a região”, recomenda o especialista.
A dermatite atópica é outra entre as alergias mais recorrentes entre os pequenos no verão, que leva ao ressecamento e o surgimento de erupções na pele. Segundo Antonio Condino-Neto, o tratamento adequado deve ser realizado em conjunto com um dermatologista, que irá indicar pomadas e cremes para cada caso.
Além destas condições, é preciso ter atenção com os cosméticos como protetor solar, hidratantes e maquiagens. Esses produtos podem conter substâncias responsáveis por causar as dermatites de contato, caracterizadas por sintomas cutâneos como vermelhidão, descamação, bolhas, coceira intensa e sensação de queimadura. “O recomendado é procurar produtos dermatologicamente testados e/ou com selo da Anvisa, guardá-los em lugar protegido de luz e calor e nunca compartilhar itens pessoais, como maquiagem”, diz Clóvis Galvão, médico alergista e imunologista da Universidade de São Paulo e diretor da Clínica Croce.
Principalmente quem vai para a praia, é comum encontrar artistas que fazem tatuagens de henna na criançada. Mas, para o especialista, é preciso tomar cuidado com isso também. “Chamo atenção para essas tatuagens de henna, pois elas podem conter substâncias causadoras de alergias, principalmente para as crianças. No caso de qualquer sintoma, é importante falar com um alergista e imunologista”, alerta Galvão.
Picadas de inseto
No calor, especialmente em lugares abertos e cercados de natureza, é comum encontrar muitos insetos. As picadas, apesar de muitas vezes sumirem em poucos dias, também podem causar alergias nos pequenos. Clóvis Galvão destaca que é preciso se atentar às formigas, vespas e abelhas, pois as reações alérgicas ao veneno destes insetos podem ser letais. “Lesões que provocam coceira, mesmo fora do local da ferroada, além do inchaço de pálpebras, lábios e orelha, falta de ar e tosse indicam a necessidade de avaliação médica, pois são os sinais de uma possível anafilaxia, uma reação alérgica grave e possivelmente fatal”, alerta.
Para evitar as picadas, é importante que os pais apliquem repelentes indicados para a faixa etária dos filhos e busquem utilizar blusas de manga longa e calças compridas quando possível. Outra dica é colocar telas protetoras, somente abrir as janelas e portas após o nascer do sol e fechá-las antes do pôr do sol.
Alergia alimentar
Durante as viagens, é importante que a alimentação não seja deixada de lado. Os pais devem sempre oferecer comidas ricas em nutrientes e tomar cuidado com alimentos que podem causar mais alergias. “Sabe aqueles amendoins servidos durante o serviço de bordo de um avião? Eles podem desencadear uma alergia alimentar em pessoas sensibilizadas”, alerta Clóvis Galvão. Isso porque o amendoim faz parte dos oito alimentos mais alergênicos – os demais são: leite, ovo, soja, trigo, castanhas, peixes e frutos do mar, que são muito consumidos no verão, principalmente por quem viaja para a praia.
Mesmo quem nunca teve nenhuma reação a um alimento que sempre consumiu, pode desenvolver alguma alergia alimentar, por isso, pode ser mais difícil evitá-la. O principal é prestar atenção nos sinais de alerta. “Sintomas cutâneos, gastrointestinais, respiratórios e cardiovasculares fazem parte dos sintomas da alergia alimentar. A anafilaxia é o pior desfecho, portanto, ao menor sinal de alergia é preciso buscar atendimento médico”, recomenda.
Conjuntivite
Por fim, a conjuntivite alérgica é outra doença que pode surgir no verão, por conta do ressecamento ao redor dos olhos, causando uma irritação da conjuntiva, a membrana que protege o olho. Este tipo de alergia causa vermelhidão nos olhos, coceira e aumento das lágrimas. “Para tratá-la, é preciso hidratar a região, lavando-a com água corrente e fazendo compressas de água quente”, finaliza Antonio Condino-Neto.
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