Meu filho é machista?

O educador parental Mauricio Maruo explica como surge o machismo nas crianças e o que os pais podem fazer para criar meninos mais conscientes

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Menino com cara séria; Meu filho é machista?
É possível ensinar o filho a não perpetuar o machismo
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Em tempos de BBB, as polêmicas geradas pelos participantes homens que se sentem no direito de julgar, assediar e até mesmo agredir as participantes mulheres, se torna um assunto de entretenimento popular. Pensando nisso, resolvi investigar um ponto bem peculiar e que na minha opinião pode ser um grande alerta para muitas famílias. Quando e onde nasce o machismo nos nossos filhos?

Essa pergunta traz um questionamento bem interessante: o machismo estrutural é algo imenso e infelizmente nos acompanha desde que nascemos. Veja o exemplo da licença-paternidade comparado à licença-maternidade ou à imensidão de produtos de beleza direcionados para as mulheres em comparação aos homens, enfim, a lista é grande. Essa é uma estrutura que já estamos inseridos e dificilmente sairemos sozinhos, mas, e quando você presencia seu filho tendo atitudes machistas iguais aos homens do BBB. Qual é a sua reação? 

Respondendo à pergunta sobre o machismo. As crianças e adolescentes são influenciados por vários meios de comunicação e conexão:
Internos = família 
Externos = amigos, redes sociais, escola, etc.

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A base para se construir um mini machista é somente uma, se chama percepção, ou seja, qual é a percepção que seu filho tem sobre as relações humanas. E isso não tem nada a ver com a personalidade, cada criança tem sua personalidade, isso tem a ver com as formas de construções das relações que elas criam ao longo de suas vidas.

Um menino de personalidade temperamental pode ser extremamente defensor dos direitos das meninas assim como um menino tímido pode ser extremamente machista. A questão toda é: quais são as formas de relações que esses meninos vivenciam ao longo da vida. Eles vivenciam relações de comunidade, onde todos se ajudam em prol de algo maior, ou de igualdade e equidade onde os direitos e deveres dos meninos são iguais aos das meninas, ou de ativismo, onde presenciam adultos se posicionando contra as estruturas sociais. Pensem nisso…

As relações humanas, internas e externas, são base de formação para a criação das percepções de mundo que nossos filhos irão desenvolver, então precisamos criar ambientes onde nossos filhos sejam influenciados por atitudes positivas ou por exemplos positivos.

Mas se o machismo estrutural é tão grande que não conseguimos sair dele sozinhos, como criar ambientes onde nossos filhos possam desenvolver atitudes não machistas?

Simples, vocês não precisam criar os ambientes sozinhos, aliás o segredo de toda essa conversa é lembrar que ninguém está sozinho, nenhuma família deveria criar os filhos sozinhos. Construir relações humanas saudáveis também significa construir laços de confiança e de reciprocidade, ou alguém aqui deixaria o filho aos cuidados de uma pessoa machista?

Então, construam as relações saudáveis primeiro para vocês, pois se essas relações forem realmente fortes os seus filhos serão influenciados positivamente por elas, lembrando que os maiores influenciadores dos nossos filhos somos nós mesmos. 

*Este texto é de responsabilidade do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Canguru News.

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