Famílias que têm condições devem buscar vacina da gripe na rede privada

Coordenador do boletim Infogripe, da Fiocruz, Marcelo Gomes diz que vírus H1N1 pode voltar a circular a qualquer momento; ele orienta pessoas não contempladas na campanha de vacinação do SUS a procurarem clínicas privadas

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Menina de cabelo crespo preso nos lados recebe aplicação de vacina
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“A gente sempre faz recomendações para as famílias que tenham condições e, principalmente, que tenham crianças até 12, 15 anos, que busquem a vacina da gripe na rede privada, porque vai ajudar, é sempre importante ter um alcance maior”, afirma o pesquisador em saúde pública Marcelo Gomes, coordenador do boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Este ano, a campanha nacional de vacinação contra gripe e sarampo, do Ministério da Saúde, prevê a imunização, em maio, de crianças apenas entre 6 meses e menores de 5 anos de idade, entre outros grupos prioritários, como gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde e professores (veja lista completa abaixo). Crianças em outras faixas etárias, porém, não estão contempladas na ação.

Para atender todos os públicos não previstos na campanha do SUS, muitas clínicas de vacinação privada têm oferecido descontos a grupos de escolas, empresas e condomínios, cobrando, em média, para cada dose aplicada valores entre R$75 e R$90 na cidade de São Paulo. 

O coordenador do InfoGripe ressalta que apesar do surto da gripe no fim do ano passado, relacionado ao vírus H3N2, há chances de aumentarem agora os casos provocados por outro vírus influenza.  

“Os casos H1N1, que vêm lá da pandemia da gripe de 2009 (que acometeu um grande número de países), desde então, todo ano aparecem. Desde que começou a pandemia da covid, a gente não teve ainda esse vírus, mas é algo que nos deixa bastante preocupados, porque pode acontecer a qualquer momento”, ressalta Marcelo.

Ele diz que as ações de combate à covid, iniciadas em 2020, ajudaram a conter também a gripe, mas a retomada de atividades coletivas neste ano tem favorecido a circulação de outros vírus respiratórios como o influenza. Crianças pequenas e idosos são os grupos mais suscetíveis ao vírus H1N1.

“A gente se acostumou, acabou naturalizando os casos de vírus influenza, associando a um resfriado, mas infelizmente, historicamente, acaba tendo um volume importante de internações e mesmo de mortes, principalmente na metade sul do país, no período de inverno”, relata o pesquisador. Ele acrescenta que a média é de uma morte para cada 12 a 15 internações por gripe. 

No ano passado, foram vacinados apenas 78% do público-alvo da campanha de vacinação contra a influenza, sendo que a meta era de 90%. Entre as crianças, o percentual atingiu 71%, segundo dados do Ministério da Saúde.


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Sintomas

Crianças com gripe têm sintomas como febre alta, tosse e coriza, podendo ainda apresentar vômitos, mal-estar, dores pelo corpo e dor de garganta. Pais devem ficar atentos a sinais mais graves como dificuldade para respirar, lábios ou unhas azulados, tosse persistente, dores de ouvido, peito ou garganta e febre persistente ou que reaparece após quatro ou cinco dias do início do quadro.

O pediatra irá avaliar e definir o tratamento mais adequado, que pode envolver o uso de medicamentos e cuidados em casa, com ingestão de bastante água para prevenir a desidratação e descanso. É importante também evitar o contato com outras pessoas para impedir a transmissão.

O vírus da influenza pode ser contraído por meio de tosse ou espirros das pessoas infectadas. Se a criança toca em objetos contaminados com o vírus e depois leva a mão a boca também corre o risco de adoecer. O período de maior chance de contágio é quando há sintomas, sobretudo febre.

Como evitar a gripe H1N1?*

A prevenção da gripe H1N1 segue as mesmas regras da prevenção de qualquer tipo de gripe, que incluem:

• evitar manter contato muito próximo com uma pessoa que esteja infectada;
• lavar sempre as mãos com água e sabão e evitar levar as mãos ao rosto e, principalmente, à boca;
• sempre que possível, ter um frasco com álcool-gel para garantir que as mãos sempre estejam esterilizadas;
• manter hábitos saudáveis, alimentar-se bem e beber bastante água;
• não compartilhar utensílios de uso pessoal, como toalhas, copos, talheres e travesseiros;
• caso haja indicação, utilizar uma máscara para proteger-se de gotículas infectadas que possam estar no ar;
• evitar frequentar locais fechados ou com muitas pessoas.

*Fonte: Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz

Campanha Nacional de Vacinação contra a influenza*

A campanha acontecerá em duas etapas. O dia D de mobilização nacional está previsto para o dia 30 de abril.

Primeira etapa – entre 4 de abril e 2 de maio

  •  Vacinação de idosos com 60 anos ou mais e trabalhadores da saúde.

Segunda etapa – entre 3 de maio e 3 de junho

Grupos que poderão receber vacina:

  • Crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias);
  • Gestantes e puérperas;
  • Povos indígenas;
  • Professores;
  • Comorbidades;
  • Pessoas com deficiência permanente;
  • Forças de segurança e salvamento e Forças Armadas;
  • Caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso;
  • Trabalhadores portuários;
  • Funcionários do sistema prisional;
  • Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas;
  • População privada de liberdade.

Vacina trivalente

A vacina Influenza trivalente utilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é produzida pelo Instituto Butantan. A formulação é constantemente atualizada para que a dose seja efetiva na proteção contra as novas cepas do vírus. A vacina será eficaz contra as cepas H1N1, H3N2 e tipo B.

Crianças

No caso das crianças de seis meses a menores de 5 anos que já receberam ao menos uma dose da vacina Influenza ao longo da vida em anos anteriores, deve se considerar o esquema vacinal com a apenas uma dose em 2022. Já para as crianças que serão vacinadas pela primeira vez, a orientação é agendar a segunda dose da vacina contra gripe para 30 dias após a primeira dose.

*Informações do Ministério da Saúde


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