Gripe, resfriado, asma, covid-19: como distinguir os sintomas?

Especialistas trazem recomendações para evitar que os filhos adoeçam

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Inverno: uma estação que agrava doenças respiratórias; pais cuidando de criança doente fazendo inalação
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Com o inverno se aproximando, a combinação de temperaturas mais baixas e tempo ainda mais seco é ideal para o surgimento de doenças respiratórias. Gripes, resfriados e crises de asma são muito comuns nessa época do ano. Com a pandemia do coronavírus, há uma grande preocupação em descobrir se a tosse e o cansaço, por exemplo, são sinais da covid-19 ou de um simples resfriado. Por isso, é preciso tomar ainda mais cuidado nos dias frios.

Apesar do clima ser um fator que influencia no agravamento dessas doenças, não é o único que deve ser levado em consideração. “De forma geral, as doenças respiratórias aumentam no inverno. Um dos motivos é o fato de que durante este período existe maior aglomeração no domicílio”, aponta Eitan Naaman Berezin, médico do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). O frio favorece aglomerações em ambientes fechados e há mais chances de disseminação de doenças quando há muitas pessoas juntas falando, tossindo e espirrando em locais pouco ventilados. “Além disso, os vírus têm períodos de circulação mais usuais. No ano passado, outros vírus circularam menos e a covid-19 prevaleceu”, relata.


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Só exame pode dar certeza sobre diagnóstico

Segundo os especialistas, é difícil conseguir distinguir essas doenças, porque os sintomas de todos os vírus respiratórios podem ser semelhantes. As crianças geralmente apresentam sintomas mais leves da covid-19, o que pode dificultar ainda mais o diagnóstico. “Usamos a epidemiologia do paciente, como por exemplo se vai à escola ou se está apenas em casa, para direcionar nosso diagnóstico. Os casos de resfriados geralmente são mais leves, sem grande comprometimento do estado geral da criança. Mas podemos precisar fazer exames em alguns pacientes”, aponta Caroline Peev, pediatra do Sabará Hospital Infantil. O médico Eitan Berezin concorda que a única forma de ter certeza do diagnóstico é realizando o exame de laboratório do coronavírus. 

O Governo do Estado do Paraná publicou uma tabela com um comparativo entre os sintomas mais comuns da gripe, do resfriado e da covid-19. Confira:


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Época propícia a infecções respiratórias

Segundo Eitan Berezin, todos têm chances de contrair infecções respiratórias nessa época do ano, porém, crianças podem apresentar quadros mais graves devido à imaturidade imunológica. Caroline Peev completa que as crianças ainda estão formando o sistema imunológico e, por esse motivo, são mais suscetíveis a terem doenças respiratórias no inverno.

Para Felícia Szeles, pediatra especialista em alergia e imunologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, é normal que os pais fiquem aflitos ao verem os pequenos apresentando sintomas de gripe no meio da pandemia, mas é importante que eles mantenham a calma. “Os pais não devem se desesperar e sair correndo para o hospital, que é um ambiente muito contagioso nesses meses. É importante sempre entrar em contato com o pediatra do seu filho, que poderá orientar melhor sobre o tratamento ideal, sinais de gravidade e quando seria o melhor momento para ir à emergência”, aponta. 

No caso de bebês que ainda não conseguem falar, Felícia Szeles alerta que é preciso atentar-se a sinais de irritabilidade, falta de apetite, coriza, tosse e febre. Se os pequenos tiverem esses sintomas, o pediatra deve ser consultado imediatamente para minimizar as chances de uma gripe evoluir para uma doença mais grave. Já para as crianças que sabem falar e conseguem explicar dores e incômodos, o mais adequado é reunir as observações dos pais com as queixas dos filhos e conversar com o pediatra.


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Piora da asma no inverno 

Outra doença respiratória que pode ser agravada no inverno é a asma. Segundo Eitan Berezin, a asma é uma condição que se caracteriza por uma inflamação crônica das vias aéreas, podendo ser causada por  infecção respiratória ou por alergia. Nariz escorrendo, tosse, dificuldade para respirar e irritação na garganta são alguns dos sintomas. “O tempo seco e frio piora a qualidade do ar, porque dificulta a dispersão dos poluentes da atmosfera, o que leva a uma irritação maior das vias respiratórias, podendo piorar os quadros alérgicos, como rinite e asma, e facilitar o surgimento de mais quadros infecciosos”, diz Felícia Szeles. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o índice ideal de umidade do ar para manter a saúde é por volta de 60%. Nesta época do ano, esse número cai para 30%.

Além do clima, a médica Caroline Peev adiciona que existem outros fatores que contribuem para a piora da asma: “Muitas vezes usamos cobertores e roupas que estão guardados por muito tempo que podem estar empoeirados ou com mofo, o que agrava a crise”. Para amenizar os sintomas da asma durante o inverno, a pediatra recomenda que os pais utilizem umidificadores de ar, toalhas umedecidas na cabeceira e mantenham as medicações de uso contínuo rigorosamente.

É importante lembrar que crianças com asma grave ou descontrolada são consideradas do grupo de risco de covid-19. Por isso, é preciso que os pais tomem um cuidado redobrado com o uso de máscaras, isolamento social e higiene das mãos, especialmente nos dias frios. “A maioria dos casos de covid-19 em crianças tem como origem familiares adultos. Por esse motivo, para proteger as crianças, é necessário que os adultos da casa sigam as recomendações para evitar a infecção do vírus”, diz Eitan Berezin.


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Cuidados diminuir as chances de ver os pequenos doentes 

Infelizmente, devido à mudança de estação, não existe uma forma de garantir que as crianças não fiquem doentes. Porém, é possível tomar alguns cuidados que minimizem as chances. A pediatra Caroline Peev reforçou que uma forma de evitar a contaminação do coronavírus é não mandar crianças com sintomas de gripe para a escola, mesmo que sejam leves. Confira outras recomendações dos especialistas:

  • Tomar a vacina para influenza e manter a carteira de vacinação em dia;
  • Usar máscara (trocar a cada duas horas e se estiver suja ou molhada), respeitar o distanciamento social e higienizar bem as mãos;
  • Evitar locais públicos fechados;
  • Manter visitas regulares ao pediatra;
  • Garantir uma boa alimentação e sono adequado;
  • Beber de 1,5L a 2L de água todos os dias para uma boa hidratação;
  • Fazer inalação com soro fisiológico para limpar as vias respiratórias;
  • Trocar roupas de cama e fronhas com frequência;
  • Se tiver pet em casa, procurar manter os pelos longe dos pequenos; 
  • Lavar cortinas e tapetes pelo menos uma vez por mês. Se a cortina for tipo persiana, o ideal é tirar o pó com pano úmido a cada dois dias;
  • Evitar varrer a casa para tirar o pó: usar um pano úmido ou um aspirador. 

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