As crianças têm acesso à internet cada vez mais cedo, atraídas, principalmente por vídeos publicados em plataformas como Youtube e Tiktok. Histórias infantis, músicas e brincadeiras são o foco dos conteúdos mais procurados pelos pequenos, segundo o relatório Jaé, que analisou 3.278 vídeos com a temática infanto-juvenil no Youtube. Entre os canais de vídeo mais vistos, estão Totoy Kids, Canal do Joãozinho Little Angel e BabyBus, todos internacionais porém com versões em português. Juntos, esses programas somam 7,3 bilhões de visualizações.
Um segundo grupo de conteúdos mais acessados reúne vídeos apresentados em sua maioria por crianças, que falam sobre ações e brincadeiras do cotidiano, a exemplo dos canais Turma da Pakaraka, Maria Clara & JP e Sarah de Araújo, que totalizam cerca de 6,1 bilhões de visualizações.
O estudo recorda que dos dez maiores canais do YouTube no Brasil, cinco são de conteúdo infantil. No mundo inteiro, 67% das crianças usam o Youtube. Mas a rede social TikTok é a mais utilizada pelas crianças, com uma média de 91 minutos diários na plataforma. Outras redes sociais já consolidadas também começaram a promover conteúdos de vídeos, como é o caso da criação do Reels, no Instagram, e do Snap Originals, no Snapchat.
Segundo pesquisa do aplicativo de controle parental Qustodio, de 2021, há expectativas, num futuro próximo, de lançamento de versões kids das redes sociais, como Instagram Kids e TikTok Kids, inspirado no sucesso dos YouTube Kids e Messenger Kids.
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Internet responsável
No Brasil, 95% do público de nove a 17 anos acessa a internet todos os dias. A oferta significativa de conteúdos para crianças acende o alerta do aumento de tempo de exposição a telas, que está em quase três horas diárias, entre crianças de 0 a 3 anos, e chega a cerca de 5 horas, entre 10 e 12 anos. O tempo e tipo de conteúdo exibido geram preocupação aos responsáveis e especialistas de diferentes áreas. A pesquisadora científica Renata Oliveira, especialista em Infância e YouTube, chama a atenção para a necessidade de os vídeos serem “instrumentos de divulgação de informações interessantes e educativas, que permitam às crianças pensar de forma crítica, produzir conteúdos de forma criativa, refletir sobre questões importantes e não apenas reproduzir conteúdos”.
Nesse sentido, o documento destaca os vídeos com contação de histórias, que se adaptaram às novas tecnologias e têm papel importante no aprendizado, abrangendo diversos aspectos do crescimento da criança, como o cognitivo, social, moral, psicológico e até físico.
Segundo a pesquisa, A Turma do Folclore é um dos principais canais de contação de história do YouTube Brasil, sendo o maior sobre o folclore brasileiro. O canal mistura diferentes tipos de linguagem, a fim de valorizar a cultura popular e fortalecer a educação ambiental das crianças.
O papel dos pais
Para que a relação da criança com a internet e celulares seja saudável, a atenção dos responsáveis é fundamental, destaca o estudo. “É importante que possa ser combinado com a criança o tempo que ela poderá utilizar a internet e os conteúdos a que ela poderá ter acesso”, afirma Renata. Ela diz ainda que “o diálogo é fundamental”, principalmente com crianças mais velhas, que costumam possuir mais autonomia”.
Canais de vídeo mais visualizados pelas crianças
Músicas e brincadeiras para bebês – 7,3 bilhões
Canais: Totoy Kids, O Canal do Joãozinho, Little Angel e BabyBus,
Crianças mostrando ações e brincadeiras do cotidiano – 6,1 bilhões
Canais: Turma da Pakaraka, Maria Clara & JP e Sarah de Araújo
Contação de histórias tradicionais em animação 2D – 5,6 bilhões
Canais: Os Amiguinhos, Os Amiguinhos Contos e Historinhas e Historinhas Mágicas.
Vídeos de lendas e folclore brasileiro – 500 milhões
Canais: Turma do Folclore, Animaflix e Flora Manga
Histórias de terror envolvendo personagens famosos (para adolescentes – 655 milhões
Canais: Rafah Martins, JP Venancios e WL Lendários.
Conteúdos educativos feito por professores – 40 milhões
Canais: Prof. Jussara Ferreira, Canal Kátia Pecand e Prof Roberta Fabiana
