Dormir tarde pode aumentar risco de sobrepeso nas crianças, diz pesquisa

Estudo encontrou ligação entre a qualidade do sono dos pequenos e o sobrepeso

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Bebê está em cima de balança para ilustrar matéria que fala sobre ligação entre dormir tarde e sobrepeso.
Pesquisadores acompanharam as crianças desde um ano de idade até os seis anos. Foto: Freepik
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Uma pesquisa realizada com crianças na Suécia constatou uma relação entre dormir tarde e um aumento no risco de sobrepeso para os pequenos. A análise, que faz parte de um estudo sobre obesidade, acompanhou 107 crianças, desde quando tinham um ano de idade até os seis anos. Os resultados apontaram que as crianças que tinham o hábito de dormir tarde eram as que estavam com sinais de sobrepeso quando o estudo chegou ao fim: elas apresentaram cinturas mais largas e um maior índice de massa corporal (IMC). No estudo, dormir tarde foi definido como dormir após as 21h. 

As crianças tiveram o peso, a altura e a circunferência da cintura analisados pelos pesquisadores, além do IMC. No início do estudo, as medidas de todas as crianças eram similares. Durante o período em que as análises foram feitas, o sono dos pequenos foi monitorado por sete dias consecutivos, uma vez por ano, através de um aparelho colocado no pulso deles. As informações são da CNN americana

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Em artigo comentando a pesquisa, Nicole Glaser e Dennis Styne, ambos endocrinologistas pediátricos do UC Davis Health, nos Estados Unidos, dizem que “dada a crescente evidência que liga hábitos de sono e obesidade, é essencial entender a natureza dessa associação”. Uma das hipóteses que eles levantam é a de que hábitos de dormir tarde e pouco podem se relacionar ao sobrepeso por causa do funcionamento do cérebro: algumas regiões do órgão envolvidas em regular os ciclos de sono e vigília também gerenciam os comportamentos de comer e jejuar. 

Segundo reportagem do UOL, quando o tempo ou a qualidade do sono não atende às necessidades da pessoa, pode haver desequilíbrio hormonal. A produção do hormônio leptina, que dá sensação de saciedade, cai, e a produção de grelina, responsável pela fome, sobe. Isso faria com que a pessoa comesse mais, levando, consequentemente, ao sobrepeso. Dormir mal também pode levar à redução de outros hormônios ao longo do tempo: melatonina (que prepara o corpo para o sono), GH (do crescimento) e cortisol (associado à estabilidade emocional e ao controle de inflamações). 

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Prevenindo sobrepeso e outros problemas: como fazer seu filho dormir bem 

Além da relação com o sobrepeso e com as alterações dos hormônios já citadas, dormir mal pode atrapalhar o desenvolvimento dos pequenos. “No mundo das crianças, em que tudo é novo e centenas de milhares de novas conexões neurais são formadas diariamente em seus cérebros, o sono exerce um papel crucial no crescimento e desenvolvimento”, afirma a pediatra Talita Rizzini, colunista da Canguru News. 

Por isso é tão importante ter um sono de qualidade. “Para conseguir essa qualidade, algumas recomendações, chamadas de higiene do sono, servem para todos”, fala a médica. Especialmente neste momento de quarentena por causa da pandemia do novo coronavírus, que altera rotinas e, consequentemente, pode acabar alterando o sono, a higiene do sono é fundamental. Veja as recomendações abaixo:

  • Criar uma rotina diária consistente, com hora para se deitar e para se levantar, com diminuição das atividades e promoção de atividades relaxantes pelo menos uma hora antes do horário estipulado;
  • Banir estímulos luminosos como smartphones, tablets e televisão nesse período;
  • Evitar substâncias estimulantes (ex.: cafés, chás com cafeína, refrigerantes, chocolate) e grande quantidade de líquidos a partir do final da tarde;
  • Estipular o local certo para o sono, em um ambiente com poucos estímulos e a menor luminosidade possível; 
  • Revisar a qualidade e adequação de colchões e travesseiros periodicamente para evitar desconfortos.

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“Cuidar do sono na infância é peça chave para promover um crescimento e desenvolvimento saudáveis e prevenir hábitos da vida adulta que podem impactar negativamente na saúde e na produtividade”, declara Talita. 

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