Seu filho dorme bem?

435
sono criança
Foto: Pixabay
Buscador de educadores parentais
Buscador de educadores parentais
Buscador de educadores parentais

Dormir é fundamental. Juntamente com a atividade física e uma boa alimentação, o sono constitui o tripé para uma boa saúde. Nosso corpo funciona muito melhor durante o dia depois de uma noite bem dormida e já existem estudos que ligam os maus hábitos e distúrbios de sono com queda no desempenho no trabalho e na escola, piora de doenças cardiovasculares, inflamatórias e psiquiátricas como transtornos de ansiedade e depressão.

A ciência não explica por que dormimos, mas sabe-se que é um processo fisiológico de extrema importância para a organização das conexões neurais geradas pelas experiências durante o período de vigília, para a limpeza de todo o lixo celular produzido e acumulado durante o dia e também para a restauração de estruturas danificadas. Um aparente descanso, mas que, na verdade, é um processo bastante ativo com o objetivo de colocar tudo em ordem antes de mais um dia de muitas vivências.

Leia também: 6 medidas essenciais para garantir um sono seguro ao seu bebê

No mundo das crianças, em que tudo é novo e centenas de milhares de novas conexões neurais são formadas diariamente em seus cérebros, o sono exerce um papel crucial no crescimento e desenvolvimento. Muito do desempenho diurno nas atividades escolares e no ambiente familiar é reflexo do que acontece durante a noite.

Antigamente, pouco se estudava sobre o assunto: o tempo passado em vigília era muito mais valorizado do que o tempo dormindo, mas muito se avançou e hoje o sono deve estar entre os tópicos a serem abordados em uma boa consulta pediátrica de puericultura para que se possa reconhecer, suspeitar e manejar possíveis distúrbios como a insônia e o sonambulismo, por exemplo.

Grande parte da população adulta tem queixas de sono: uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira do Sono mostrou que 43% dos brasileiros não tinham um sono restaurador e apresentavam sinais de cansaço no decorrer no dia. Mais alarmante é saber que essas queixas tiveram origem nos hábitos da infância, daí mais uma grande importância em se discutir o sono da criança na consulta.

Leia também: Calcule quanto horas de sono você já perdeu desde que seu filho nasceu

Cada faixa etária tem uma recomendação específica para a quantidade ideal de horas a serem dormidas. Tão importante quanto o tempo é a qualidade do sono que se tem e para conseguir essa qualidade, algumas recomendações, chamadas de higiene do sono, servem para todos:

Criar uma rotina diária consistente, com hora para se deitar e para se levantar, com diminuição das atividades e promoção de atividades relaxantes pelo menos uma hora antes do horário estipulado;
Banir estímulos luminosos como smartphones, tablets e televisão nesse período;
Evitar substâncias estimulantes (ex.: cafés, chás com cafeína, refrigerantes, chocolate) e grande quantidade de líquidos a partir do final da tarde;
Estipular o local certo para o sono, em um ambiente com poucos estímulos e a menor luminosidade possível.
Revisar a qualidade e adequação de colchões e travesseiros periodicamente para evitar desconfortos.

Se seu filho ou filha dorme mal, não caia na máxima de que acordar muitas vezes à noite e ficar sonolento(a) e cansado(a) durante o dia é normal. Converse com seu pediatra e vejam o que podem melhorar na rotina e nos hábitos da casa.

Se os problemas persistirem, um especialista deve ser consultado e exames mais específicos, como uma polissonografia, podem ser solicitados.

Cuidar do sono na infância é peça chave para promover um crescimento e desenvolvimento saudáveis e prevenir hábitos da vida adulta que podem impactar na negativamente na saúde e na produtividade.

Quer receber mais conteúdos como esse? Clique aqui para assinar a nossa newsletter.

Talita Lodi Holtel
Talita Lode Holtel é mãe de Paola e Helena. Pediatra e hebiatra formada pela Unifesp, é especialista em gestão em saúde e coordenadora do Pronto Atendimento Infantil e da Unidade de Internação Pediátrica do Hospital Sepaco (SP), além de Supervisora do Programa de Residência Médica.

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, deixe seu comentário
Seu nome aqui