Embora seja um momento muito divertido e esperado pelas crianças, as férias escolares também são o período em que mais acontecem acidentes com os pequenos. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), ocorrem cerca de 200 mil acidentes domésticos envolvendo crianças por ano e, durante o recesso das escolas, este índice aumenta em 25%, provocando inclusive mortes. Entre os acidentes mais comuns estão as queimaduras, quedas e afogamentos.
Apesar dos números alarmantes, vale destacar que a grande maioria dos acidentes podem ser evitados com algumas medidas de prevenção: 89% dos casos ocorrem por falta de supervisão das vítimas, segundo informações da SBP. Por isso, seja dentro ou fora de casa, especialistas destacam que é fundamental que os pais tomem um cuidado redobrado com os pequenos, principalmente neste período. Confira dicas de profissionais da saúde para evitar acidentes com as crianças nas férias.
Cuidados na água
No verão, as crianças amam brincar com qualquer coisa relacionada à água para se refrescar. Mas, como alerta o pediatra Luiz Renato Valério, do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR), os pequenos devem ser supervisionados sempre que houver qualquer tipo de água por perto, seja piscina, rio, mar, pia, banheira ou até bacia.
Isso porque o acidente não depende da quantidade de água para ser perigoso. “Uma piscina pequena, com uma profundidade de menos de 30 centímetros, parece inocente, mas não é. Se uma criança escorregar, bater a cabeça no fundo e entrar água no nariz, pode ter consequências graves”, salienta. Segundo a SBP, bastam apenas cinco centímetros de água para um bebê se afogar. “As crianças são seres curiosos e destemidos, por isso todo cuidado é necessário”, completa o médico.
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Nas viagens
Quem planeja fazer uma viagem de carro com as crianças, precisa se atentar à segurança dos filhos. Sempre utilize o equipamento adequado de acordo com a faixa etária e peso da criança, como bebê-conforto, cadeirinha, assento de elevação e banco traseiro, seguindo recomendações do Conselho Nacional de Trânsito. Também é importante se planejar com antecedência, pois viagens longas requerem paradas para hidratação, alimentação e entretenimento das crianças.
Quando chegar ao seu destino, o pediatra do hospital paranaense ressalta que é sempre recomendado andar de mãos dadas com os pequenos, para que não se soltem nem corram para locais perigosos. Além disso, não permita que a criança brinque em ambientes com circulação de veículos.
Nas viagens, com tantos passeios e coisas novas para ver, Luiz Renato Valério lembra que a alimentação saudável e a hidratação não devem ser deixadas de lado. Normalmente, as famílias tendem a oferecer comidas mais rápidas e sem muitos nutrientes, mas segundo o especialista, o ideal é oferecer uma alimentação adequada, para evitar o aparecimento de alergias, prisão de ventre, intoxicação alimentar e outros possíveis incômodos.
Dentro de casa
Para evitar quedas dentro de casa, é fundamental verificar se há telas de proteção nas janelas e sacadas que impeçam que a criança caia, pois, dependendo da altura do local, pode ser fatal. Além disso, produtos de limpeza devem permanecer em lugares altos ou trancados.
A cozinha é um dos locais mais perigosos da casa, por conta do fogão, dos fósforos, álcool, objetos de vidro e cerâmica, objetos cortantes como tesouras e facas, e sacos plásticos. Por isso, evite que a criança entre no cômodo sem supervisão. Procure usar as bocas traseiras do fogão, que são mais difíceis de serem alcançadas, e deixe as panelas com os cabos virados para dentro. Deixe sempre objetos de vidro ou perfurantes nos armários superiores. Também tome cuidado com as toalhas de mesa, que podem ser puxadas.
O que fazer se acontecer um acidente?
Para agir o mais rápido possível, o enfermeiro Antônio Rangel, da Vuelo Pharma, sugere que os pais sempre tenham um kit de primeiros socorros em mãos. O kit ideal, segundo ele, precisa ter algodão, atadura, antisséptico em spray, bolsa térmica, cotonetes, soro fisiológico 0.9%, termômetro, antitérmico, analgésico, tesoura, esparadrapo, micropore, gaze estéril e a Membracel – uma membrana de celulose que regenera a pele em tempo recorde, aliviando a dor, ideal para queimaduras e escoriações.
Outra dica é manter a calma, porque a criança tende a se assustar diante de um acidente, mas neste momento, os pais precisam ter a cabeça fria para lidar com a situação. “Em se tratando de crianças, que nem sempre conseguem verbalizar ou descrever o que houve, todo cuidado é necessário”, diz o especialista. Sempre que tiverem qualquer dúvida, é fundamental contatar o pediatra de confiança e, claro, em situações mais graves, não hesitem em procurar o atendimento médico de emergência.
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