Sociólogo alerta para os riscos de manter as crianças longe da escola

Demétrio Magnoli afirma estar preocupado com a "Geração Covid" - milhões de crianças e adolescentes que vão carregar o fardo de um ano sem escola

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Manter crianças longe da escola são grandes traz sérios riscos, diz sociólogo Demétrio Magnoli; imagem mostra garota com cotovelos apoiados sobre a mesa que mostra caderno aberto e vários lápis; as mãos delas cobrem as bochechas e ela faz bico com a boca
As escolas são redes de proteção social, afirma Demétrio
Buscador de educadores parentais
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O sociólogo Demétrio Magnoli, doutor em geografia humana pela Universidade de São Paulo (USP), saiu em defesa da volta às aulas presenciais, alertando para os riscos de manter as crianças longe da escola. Em artigo para a “Folha de São Paulo”, ele afirma estar preocupado com a “Geração Covid” – milhões de crianças e adolescentes que vão carregar, vida afora, o fardo de um ano sem escola.

“Segundo os indícios disponíveis, quase 30% desses alunos não voltarão jamais à sala de aula. São, em geral, estudantes do ensino médio perdidos para sempre. Muitos outros sofrerão rupturas definitivas na sua capacidade de aprendizagem”, escreve Demétrio, que é e autor do livro “Uma Gota de Sangue: História do Pensamento Racial”.

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Ele lembra que escolas são redes de proteção social e cita o caso da Índia, onde há fortes sinais de aumento de 20% nos casamentos de meninas pré-adolescentes provocado pelo longo fechamento das escolas e, ainda, de um novo salto no trabalho infantil. “No Brasil sem aulas, milhares de adolescentes pobres são cooptados pelas facções criminosas ou capturados por redes de prostituição de menores. Eles não entrarão nas estatísticas fatais da epidemia”.

Para Demétrio, o argumento do prefeito Bruno Covas de que aguarda resultados do inquérito sorológico com funcionários e professores (e as crianças também) não faz sentido, já que os anticorpos decaem rapidamente tornando-se indetectáveis. Ele diz que os sindicatos de professores invocam a ciência para fazer política corporativa, e lembra que a OMS, Unicef e Unesco se mostraram favoráveis à reabertura das escolas, tendo divulgado protocolos sanitários para diferentes estágios da epidemia.

Leia aqui o artigo completo.

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