Brasil tem resultado preocupante em avaliação internacional de leitura

O exame, chamado Pirls (Progress in International Reading Literacy Study), analisa habilidades de leitura em alunos do 4º ano do ensino fundamental; Brasil participa de teste pela primeira vez

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Menino lê livro sobre mesa
38% dos alunos brasileiros não dominam as habilidades básicas de leitura
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Em um ranking de 43 países, o Brasil ficou em 39° lugar, à frente apenas da Jordânia (381), Egito (378) e África do Sul (288) em avaliação que mede habilidades de leitura em alunos do 4° ano do Ensino Fundamental (EF).

Os resultados foram divulgados nesta terça-feira (16) e fazem parte de uma avaliação global de leitura, conhecida pela sigla Pirls (Progress in International Reading Literacy Study) ou Estudo Internacional de Progresso em Leitura.

Foi a primeira vez que o Brasil participou desse teste com uma amostra representativa de 4.941 estudantes com 10 anos de idade, de 187 escolas públicas e privadas de todas as regiões do país. O país obteve média de 419 pontos, ficando à frente apenas de Jordânia (381), Egito (378) e África do Sul (288).  

Tabela publicada pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), que mostra a distribuição dos alunois do Brasil na escala de desempenho do Pirls 2021, destaca que 38,4% dos estudantes não chegaram ao nível básico da escala (obtiveram menos de 400 pontos), e somente 11% alcançaram o nível alto (pelo menos 550 pontos) e 2,1% o nível avançado.

“É um resultado bastante preocupante, que coloca o Brasil muito atrás das nações desenvolvidas e mostra que os anos do Ensino Fundamental ‘não estão resolvidos’ e também precisam de atenção”, afirma a equipe do Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), em documento de análise dos resultados do exame

De acordo com o instituto, em avaliações nacionais como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) os anos iniciais do Ensino Fundamental são a etapa em que o País vai melhor e que mais apresentou avanços desde a criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em 2007. 

Esses avanços, ressalta o Iede, são fruto de boas políticas públicas na área, implementadas pelas redes de ensino, como mais monitoramento e programas de alfabetização. “Contudo, o Pirls vem demonstrar que mesmo os anos iniciais precisam de atenção no Brasil.” 

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Os 10 países que obtiveram as pontuações mais altas foram: 

Singapura (587)
Hong Kong (573)
Rússia (567)
Inglaterra (558)
Finlândia (549)
Polônia (549)
Taiwan (544)
Suécia (544)
Austrália (540)
Bulgária (540)

A seguir, saiba mais sobre o Pirls:

O que o teste avalia
O exame observa o letramento em leitura, ou seja, a habilidade de entender e utilizar as formas da linguagem escrita exigidas pela sociedade e/ou valorizadas pelo indivíduo.  Na avaliação, os alunos foram solicitados a:
a) localizar e recuperar informações explícitas;
b) fazer inferências diretas; 
c) interpretar e articular ideias e informações;
d) avaliar e analisar criticamente o conteúdo e os elementos textuais.

Quantos países foram avaliados?
Participaram da avaliação 57 países e 8 nações tidas como “bechmarking”, totalizando cerca de 400 mil alunos. Porém, os dados desta quinta edição foram coletados durante a pandemia de Covid-19, em 2020 e 2021, e, desses 57, apenas 43 conseguiram avaliar os alunos ao final do ano letivo alvo (em alguns casos, realizando a avaliação um ano depois do originalmente programado). 

Qual a importância desses dados?
É a primeira vez que os estudantes brasileiros de 10 anos passam por uma avaliação internacional de leitura. E os resultados mostram que o país tem grandes desafios nesta etapa.

Desde quando o estudo é realizado?
Aplicado desde 2001, o Pirls acontece a cada cinco anos, chegando em 2021 à sua quinta edição. 

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