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A Copa do Mundo e uma geração de crianças mimadas
Venho aqui, do alto dos meus 42 anos de idade, digitar algumas palavras sobre a diferença da minha geração para a das crianças de hoje. De certa forma, eu vivi e vivo essas duas gerações, afinal, tenho um enteado, de 12, e duas filhas de 11 e 9 anos, respectivamente.
E o que eu vejo é uma geração acostumada a ter tudo a toda hora. Uma geração que não consegue esperar que as coisas aconteçam no seu tempo, que quando fica entediada, frustrada, sem algo para fazer, ou que não conseguiu fazer algo que queria naquele exato momento, literalmente se desespera – até se “enfiar” numa tela de celular para esquecer da vida e se dopar de vídeos fúteis e tolos que levam a mundos totalmente fora da realidade.
Essa copa nos deu muitos exemplos disso. A começar pelo álbum de figurinhas. Nunca uma geração foi tão estimulada a completar com tanta pressa um álbum da copa. Perdemos a coisa mais legal dessa brincadeira: o processo de completar o álbum.
Ao final do jogo do Brasil, eu vi muitas crianças chorando aqui no meu prédio – até aí normal, eu também fiquei triste com a derrota da nossa seleção. Mas eu vi mais: eu vi crianças descontroladas, jogando cadeiras, dando murro nos brinquedos do parquinho e gritando vários palavrões e palavras de revolta. Parecia que o mundo fosse acabar por causa da derrota do Brasil para a Croácia.
Onde estavam os pais nesse momento?
Derrotas como a do Brasil na Copa do Mundo são uma excelente oportunidade de ensinar aos nossos filhos como é a vida de verdade, fora do Youtube e do Tiktok. Servem para ensinar valores. Servem para ensiná-los a lidar com perdas, frustrações, tempo de espera e, acima de tudo, resiliência.
Se você ainda não conversou com seu filho sobre a derrota de ontem, se você ainda não aproveitou esse momento para bater aquele papo cabeça com seu pequeno, ainda dá tempo. Corre lá e faça a sua parte, pois os youtubers e os tiktokers estão fazendo a parte deles.
*Este texto é de responsabilidade do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Canguru News.
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Fernando Dias
Fernando Dias é pai da Duda e da Gabi, e padrasto do João. Trabalha como administrador de empresas, palestrante, escritor e fundador do curso “Vou ser pai. E agora?”. Saiba mais sobre ele em @conexaopaterna e no site www.vouserpai.com.br
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