Como não estragar os seus filhos? Era esse era o título que dei a um dos meus livros, que trata da influência dos pais na formação empreendedora dos filhos. A editora vetou o título por razões mercadológicas. Alterei o nome do livro para “Quero construir a minha história”, que descreve melhor os tropeços de um garoto de 8 anos que resiste à interferência dos pais na sua vida.
Em busca de fundamentos para esse trabalho, coletei dados com a ajuda de pesquisadores amigos no Brasil e em 11 países da América Latina. Os resultados mostram que as famílias rejeitam o empreendedorismo pelo temor aos riscos. Por isso preparam filhos para empregos estáveis.
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Muitas vezes, mesmo sem serem capazes de traçar os próprios rumos, pais e escola insistem em indicar os caminhos a serem seguidos pelos alunos. Mesmos os adultos mais teimosos e apegados ao passado sabem que a economia cambaleante fez os empregos minguarem em qualidade e quantidade e que o robô engolidor de postos de trabalho promete eliminar também funções de altíssimo nível.
Pais também fingem desconhecer que empregos continuam sendo uma grande fábrica de infelizes condenados a realizar sonhos de outros. Jovens optam pelo empreendedorismo quando estão inseridos em um sistema que o valoriza. É algo comparável ao comportamento ético, que não se adquire por meio de aulas ou livros, mas pelo contágio social. Nesse campo o maior poder é da
família, que pode estimular ou obstruir a criatividade, a ousadia e o inconformismo dos filhos, elementos essenciais ao empreendedor.
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