Sei que em várias fases da vida acabamos nos colocando em segundo, terceiro, sexto, vigésimo lugar no ranking de importância na nossa própria vida.
Isso é compreensível e até socialmente esperado dos pais quando chega um bebê, esse ser tão encantador e dependente. Nós precisamos e queremos dedicar nosso tempo, atenção, saúde, todos nossos recursos financeiros, físicos e emocionais a eles. Para muitas pessoas, os filhos são seu único propósito, sua razão de existir, o que nos anima a levantar de manhã cedo todos os dias e batalhar.
Nesses tempos de quarentena, que as crianças e os adolescentes não estão indo às escolas e muitos pais e mães estão fazendo home office, muitas pessoas têm convivido com seus familiares de uma forma mais intensa do que nunca. Para quem tem filhos, são raros os momentos de privacidade e sossego. O lado bom é o estreitamento dos laços familiares, conexão, proximidade, a experiência de desfrutar de tempo de qualidade juntos e oportunidade de ensinar habilidades de vida, desenvolver competências socioemocionais nos filhos. O lado mais difícil são todos os conflitos que enfrentamos no dia a dia em todos os relacionamentos e que ficam ainda mais evidentes quando estamos confinados e somos tolhidos da liberdade de ir e vir. Isso sem mencionar no misto de sentimentos e emoções que todos estão sentindo.
Leia também: Diga-me quem és e te direi como teu filho será
Mas quando então poderemos nos colocar em primeiro lugar nas nossas próprias vidas?
Quando quisermos. Reservar um tempo de qualidade para si mesma é possível e necessário em todas as fases da nossa vida e será fundamental na vida adulta e velhice quando essa capacidade de autonomia e autocuidado será primordial.
Portanto, não espere mais. Comece hoje. Que momento do dia você vai reservar para cuidar de você e fazer algo que te faça bem? A segui veja algumas sugestões para investir em tempo de qualidade para si mesma.
Para quem conseguir alguns poucos minutos diários: Vale praticar meditação, oração ou autorreflexão, um chá/café/chocolate quentinho ou apenas uma pausa para observar a natureza, nem que seja um pedacinho do céu e das estrelas da janela do seu apartamento.
Para quem conseguir mais do que alguns poucos minutos: Considere preparar aquele seu lanche favorito e comer sozinha sem culpa; tomar um banho um pouco mais demorado, sentindo a água morna no seu corpo, lavando e massageando cada parte, com consciência, observando possíveis pontos de tensão. Depois, passe um creme hidratante, penteie o cabelo, vista-se com calma, realmente curtindo cada etapa.
Que tal fazer uma atividade física por uns 30 minutos: um alongamento, uma aula online, descer e subir escadas ou fazer uma rápida caminhada (sozinha e de máscara, é lógico).
Para quem conseguir mais do que uma hora por dia para estar só consigo mesma: Considere começar ou retomar algum hobby que te dê prazer: estudar algum assunto que te fascina, ler aquele livro que está até empoeirado na estante, assistir algum filme ou série sozinha ou simplesmente desligar tudo, avisar todos e tirar uma soneca.
Ouça seu corpo e seu coração – do que você mais está precisando nesse momento? Que hábito diário você pode incluir na sua rotina?
Assuma esse compromisso consigo mesma e divirta-se com a pessoa mais importante da sua vida: você.
Leia também: Mães na quarentena: 40 relatos dos primeiros 40 dias
Quer receber mais conteúdos como esse? Clique aqui para assinar a nossa newsletter. É grátis!