Está aberta a temporada de matrícula escolar para 2023, período em que as famílias visitam diversas instituições antes de escolher onde os filhos irão estudar. Durante o processo, muitas dúvidas podem surgir e é importante que os pais definam quais critérios priorizar na escolha da escola, de acordo com os seus valores, as necessidades do estudante e expectativas sobre a proposta da instituição.
“Confiar a uma instituição de ensino a guarda de filhos por algumas horas diárias requer estar atento a pontos bastante importantes. O desenvolvimento da criança e do adolescente como ser humano e cidadão, além do seu futuro profissional, depende dos direcionamentos pedagógicos experenciados ao longo da vida escolar”, afirma a pedagoga Carolina Paschoal, da Escola Pedro Apóstolo, de Curitiba. A seguir, veja os principais aspectos a considerar na escolha do estabelecimento de ensino.
1. Empatia e acolhimento
Uma das primeiras etapas para decidir sobre a escola dos filhos é que a família sinta empatia e acolhimento pelas pessoas que trabalham na instituição desde o primeiro contato. Ou seja, é importante que os estudantes e os pais se sintam bem naquela escola. “Os profissionais que gostam do seu ofício deixam transparecer este sentimento em uma simples visita guiada ou na entrevista que é realizada por algumas escolas para poder conhecer a família”, afirma Paschoal.
2. Proposta pedagógica
Esse documento está previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e refere-se ao conjunto de normas que norteiam o ensino, o currículo e as atividades das escolas. A proposta é como se fosse a identidade de da escola – cada instituição tem a sua – o que garante a sua autonomia. Por isso, os pais podem solicitar o documento e conversar com integrantes da coordenação para entender melhor sobre a abordagem pedagógica antes de decidir pela matrícula.
3. Documentação em dia
Embora poucos pais tenham esse hábito, é importante verificar se a escola possui documentos básicos de funcionamento e se eles estão em conformidade com os órgãos competentes. Entre eles: alvará de funcionamento, licença da vigilância sanitária e liberação de funcionamento por parte do Corpo de Bombeiros. A proposta pedagógica, o regimento escolar e o credenciamento da instituição junto ao Núcleo Regional de Educação também devem ser observados durante a escolha da escola. “Os responsáveis pelos alunos não podem ter receio ou vergonha e têm o direito de conferir esses itens. Em caso de dúvida, podem ligar para os órgãos públicos e conferir se a instituição está em dia com sua documentação”, explica a pedagoga.
4. Formação dos professores
A qualidade do ensino passa pela formação adequada dos profissionais, em especial dos professores que vão ministrar as aulas, sejam eles professores regentes ou especialistas em alguma área, como Matemática, História e Geografia. A LDB admite como formação necessária para os profissionais os cursos de licenciatura para a educação básica. A formação mínima para atuar na educação infantil e nos cinco primeiros anos do Ensino Fundamental é a modalidade Normal do Ensino Médio. “Estagiários e auxiliares que trabalham na escola não podem ter função de professor. Para atuar como professor é preciso ter a formação no Normal, e preferencialmente em Pedagogia ou áreas específicas com adicional em licenciatura. Para a escolha da escola, os pais precisam estar atentos a esta prática que, infelizmente, ocorre principalmente em escolas de Educação Infantil”, alerta a pedagoga.
5. Mediação de conflitos
Brigas, agressões e desentendimentos fazem parte do dia a dia escolar e é muito importante saber como a instituição lida com eles. Para tanto, averigue se há projetos que atuem não só na resolução mas também na prevenção para evitar conflitos como o bullying por meio da convivência respeitosa entre os alunos.
6. Estrutura escolar
Espaços amplos e equipados com aparelhos de última geração rapidamente chamam a atenção das famílias, mas o principal é observar como ocorre a utilização e o acesso desses espaços e equipamentos pelos alunos. Salas que estão sempre fechadas e/ou são pouco utilizadas não são um bom sinal. “Além disso, escola com tudo em seu lugar, totalmente organizada, não é necessariamente um bom sinal. Esses ambientes precisam ter a impressão de uso e prática educacional”, afirma a especialista.
7. Gastos adicionais
Além do valor da mensalidade escolar, gastos com material didático, passeios pedagógicos e mesmo questões opcionais como acampamentos e viagens também devem ser levados em conta, visto que uma vez na escola, é preciso seguir a rotina e atividades programadas.
8. Condições de limpeza
Assim como a instituição precisa da liberação da Vigilância Sanitária para seu funcionamento, é fundamental verificar se, no dia a dia, a escola segue o que é necessário para manter a higiene dos ambientes – isso significa prezar pela saúde dos estudantes e de todas as pessoas que circulam pelo estabelecimento. Em espaços como a cozinha, o refeitório e os banheiros, observe se possuem relatórios visíveis de limpeza diária e reposição nos equipamentos, e se os profissionais utilizam equipamentos para manipulação destes ambientes.
7. Visita com o filho
É fundamental ouvir a opinião da criança e sua percepção sobre a escola – se os ambientes em que chega chamam sua atenção. É interessante também prestar atenção se os profissionais cumprimentam os alunos. “É claro que a escolha da escola é uma responsabilidade dos responsáveis, mas quem estará lá todos os dias será a criança”, conclui a pedagoga.
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