Dia 20 de outubro foi o Dia Mundial de Combate ao Bullying. Esse é um grave problema, que afeta crianças, adolescentes e suas famílias, e pode manifestar-se de várias maneiras: desde agressões verbais e físicas até exclusão social e cyberbullying.
Adolescentes com deficiência enfrentam desafios únicos, possuem características e comportamentos considerados diferentes da maioria, o que pode torná-los mais suscetíveis a sofrer bullying e serem alvos de assédio e discriminação.
A falta de compreensão e empatia por parte dos colegas, aliada a estereótipos prejudiciais decorrentes do capacitismo, podem levar a um ambiente de hostilidade, piadinhas e exclusão.
É fundamental que a escola esteja atenta, com medidas preventivas de conscientização e sensibilização, mas também que deixe claro que não é permitido essa prática no ambiente escolar.
A família é outra peça chave no combate a esse tipo de violência. A inclusão começa em casa no posicionamento dos pais, que são modelo para os filhos e responsáveis por passar valores importantes como cooperação, respeito ao próximo, empatia, solidariedade, gentileza e justiça.
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A inclusão é a chave para combater o bullying entre crianças e adolescentes com deficiência. E eu trouxe aqui algumas maneiras de promovê-la:
Educação e Sensibilização:
As escolas, além de estarem abertas para receber alunos com deficiência, enxergando a diversidade como potência, precisam oferecer treinamento para os funcionários e ações inclusivas frequentes com objetivo de promover o respeito e empatia.
Programas Anti-Bullying:
É necessário desenvolver e implementar programas eficazes que abordem as necessidades específicas dos adolescentes e promovam uma escuta ativa e a comunicação não violenta.
Apoio dos Pais:
Pais e responsáveis desempenham um papel importante no processo de encorajamento dos adolescentes com deficiência. Para que os filhos tenham boa autoestima e consigam se posicionar, precisam crescer em um ambiente seguro, com pais que os aceitam, apoiam e acreditam no seu potencial.
Liderança dos Alunos:
É importante também encorajar os próprios adolescentes a defenderem a inclusão e promover o respeito mútuo.
A minha filha Luísa, é uma jovem com deficiência que sofreu bullying na adolescência e teve que trocar de escola. Foi um período muito difícil para nós, onde ela se sentiu sozinha, teve sua capacidade questionada e a autoestima prejudicada. Nessa época eu já estudava sobre parentalidade positiva e inteligência emocional e pude ajudá-la, além de contar com o apoio de uma psicóloga.
Escolas, pais, cuidadores e a sociedade em geral desempenham um papel importante na promoção de ambientes mais inclusivos e na educação respeitosa, que valoriza a diversidade. Também é importante apoiar e capacitar os adolescentes com deficiência para que eles possam lidar com o bullying de maneira eficaz e buscar ajuda quando necessário.
Em um mundo onde tem se falado tanto em diversidade e inclusão, é fundamental que adolescentes com deficiência tenham a oportunidade de viver suas vidas sem o fardo do bullying.
Promover a inclusão, educar e sensibilizar a sociedade e oferecer apoio contínuo são etapas importantes para criar um ambiente onde todos os adolescentes possam crescer, aprender e prosperar, independentemente de suas capacidades físicas ou cognitivas e esse é um trabalho de todos nós.
*Este texto é de responsabilidade do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Canguru News.