Na última segunda-feira (15), o Ministério da Saúde anunciou a ampliação da recomendação do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para gestantes e crianças com Covid-19, mesmo em casos leves. A prescrição dos medicamentos fica a critério do médico e é preciso haver a vontade declarada do paciente, com assinatura de termo de consentimento. Não há evidências científicas que comprovem a eficácia da cloroquina no tratamento contra a Covid-19.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que já havia se posicionado contra o uso dos dois medicamentos em crianças e adolescentes em documento divulgado no dia 29 de maio, reiterou seu posicionamento. A entidade considera a prescrição das substâncias para crianças e adolescentes inadequada, seja para pacientes com sintomas leves, seja para aqueles com manifestações graves da doença. O motivo é a “inexistência de evidências consistentes e reconhecidas pela comunidade científica como válidas” que comprovem que o tratamento funcione, segundo nota da entidade.
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“A ausência dessas evidências sólidas impede o uso seguro dessas drogas, seja por que não há confirmação sobre seus efeitos terapêuticos positivos contra a Covid-19, seja por que ainda não foram mensurados com exatidão seus possíveis efeitos colaterais”, continua a nota da SBP.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) não se pronunciou sobre a ampliação do protocolo de uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para crianças e gestantes. Mas, em nota divulgada no início de junho, antes da ampliação do protocolo, a entidade abordou o uso dos medicamentos em gestantes com Covid-19. A nota explica que os dois medicamentos em questão estavam entre os possíveis tratamentos para Covid-19 que estavam sendo estudados, mas acrescenta que “não existem evidências científicas suficientes para indicação formal de qualquer uma dessas terapias na gestação“.
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Na contramão
No mesmo dia do anúncio do Ministério da Saúde aqui no Brasil, a U.S. Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de remédios nos Estados Unidos, retirou a autorização de emergência para uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, justamente por falta de evidências que apontassem sua eficácia. Para a FDA, “tendo em vista a observação de eventos cardíacos adversos e outros possíveis efeitos colaterais graves, os potenciais benefícios da cloroquina e da hidroxicloroquina são menores que os potenciais riscos de seu uso autorizado”.
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Na quarta-feira (17), Organização Mundial da Saúde (OMS), pela segunda vez, os testes com hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19. A entidade justificou a decisão dizendo que as evidências científicas apontam que a substância não reduz a mortalidade em pacientes internados com a doença.
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A hidroxicloroquina e a ivermectina funcionam muito bem contra a Covid 19, desde que tomadas aos primeiros sintomas da doença e até o 4o dia. Conheço mais de 700 casos de sucesso, sem uma única internação.
Olá, Mauro, tudo bem? Não há até agora comprovação científica de que esses dois medicamentos sejam eficazes no tratamento contra a covid-19. A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) não recomenda tratamento precoce para Covid-19 com qualquer medicamento, porque os estudos existentes até agora não comprovam benefício, podendo, inclusive, causar efeitos colaterais. A orientação da SBI está alinhada com as recomendações de sociedades médicas científicas e outros organismos sanitários nacionais e internacionais.
Ai, gente, que susto. Muda esse título, pelamordedeus, rs… ficou parecendo que vcs estavam de acordo com essa bomba que o governo enfiou goela abaixo da galera