Um alerta para a importância do diagnóstico precoce no câncer infantil

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Da Redação

Quanto mais cedo for possível fazer o diagnóstico de casos de câncer em crianças e adolescentes, direcionando os pacientes ao tratamento adequado, maiores serão a taxa de sobrevida, a qualidade de vida, bem como a relação efetividade/custo da doença. Esse o principal alerta do documento científico Atuação do pediatra: epidemiologia e diagnóstico precoce do câncer pediátrico, lançado pela Sociedade Brasileira de Pediatra (SBP), nesta quinta-feira (23), data em se celebra o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil.

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O texto, elaborado pelo Departamento Científico de Oncologia da SBP, sob supervisão da presidente do grupo, dra Denise Bousfield, oferece orientações para ajudar os especialistas a identificar sinais de alerta que, muitas das vezes, aparecem como sintomas inespecíficos e passam despercebidos. “O raciocínio do médico deve sempre incluir a suspeita de câncer, mesmo sua ocorrência sendo relativamente rara”, explicou a coordenadora do trabalho, que já está disponível no site da SBP.

“Infelizmente, no Brasil, fundamentado nos dados dos registros de câncer atualmente consolidados, sabemos que muitos pacientes ainda são encaminhados aos centros de tratamento com a doença em estadiamento avançado”, cita o documento. Para a Sociedade Brasileira de Pediatria, é fundamental, que o médico, no processo de atendimento, esteja atento à história clínica – baseada principalmente na queixa principal – e ao exame físico, bem como às informações da história familiar, à presença de doenças genéticas ou de doenças constitucionais, podem também auxiliar nas orientações para o diagnóstico.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano 150 mil crianças são diagnosticadas com câncer no mundo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que cerca de 12.600 casos sejam descobertos em 2017, com pico de incidência na faixa etária de quatro a cinco anos e um segundo pico entre 16 e 18 anos. Atualmente, devido ao controle de doenças infectocontagiosas e à diminuição da mortalidade por causas evitáveis, o câncer representa a primeira causa de óbito por doença entre as crianças e adolescentes brasileiros.

TRATAMENTO E PREVENÇÃO

De acordo com o documento, o tratamento do câncer se inicia com o diagnóstico e o estadiamento corretos. Pela complexidade implicada, os especialistas destacam que o atendimento deve ser feito em centro oncológico pediátrico, por equipe multiprofissional, de forma racional e individualizada para cada tipo histológico específico e de acordo com a extensão clínica da doença.

O documento destaca que o Brasil tem experimentado uma melhora nos indicadores de sobrevida e de cura, por conta da realização do tratamento em centros especializados, da adoção de protocolos cooperativos e da melhoria nos cuidados de suporte. “Os resultados obtidos com a utilização desses protocolos para a maioria dos tipos histológicos são similares aos de países desenvolvidos (70-80%)”. Contudo, o texto ressalta que o êxito não está calcado apenas na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente e da família.

“Neste contexto, é relevante ressaltar o papel do pediatra no seguimento clínico de seu paciente junto à equipe de oncologia pediátrica, cientificando-se do diagnóstico, do tratamento realizado e das principais complicações agudas e tardias durante e após o término do tratamento”, cita o trabalho, que salienta que a infância e a adolescência são períodos da vida sujeitos a mudanças biológicas e psicológicas, as quais podem causar impacto favorável ou desfavorável ao desenvolvimento de doenças.

“Assim, é imprescindível nas primeiras décadas de vida difundir o conhecimento sobre os efeitos dos fatores de risco na expectativa média de vida da população, além de desenvolver estratégias preventivas que envolvam diversos setores da sociedade, visando a mudança do modo de vida baseada em evidências”, complementa.

 

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INFORMAÇÕES SOBRE A DOENÇA

No trabalho realizado pelo DC de Oncologia, o leitor também encontrará a revisão de alguns dados epidemiológicos e clínicos das principais doenças oncológicas pediátricas. Isso oferece ao pediatra e ao médico em geral mais subsídios para o diagnóstico precoce da doença, em suas diferentes manifestações.

Na lista, há dados sobre as leucemias: A leucemia, cuja forma aguda é a mais comum, representando cerca de 30% do total de casos de câncer em pediatria; os tumores do sistema nervoso central (encéfalo e medula espinhal), que representam a segunda neoplasia maligna mais frequente em pediatria e são os tumores malignos sólidos mais comuns em crianças (corresponde a cerca de 20% das neoplasias abaixo de 15 anos de idade); e os linfomas, que assumem a terceira causa de câncer em pediatria (Linfoma de Hodgkin e linfomas não-Hodgkin), correspondendo a cerca de 15% das neoplasias em pediatria.

Além deles, o texto ainda traz informações sobre o Tumor de Wilms (aproximadamente 7% das neoplasias que ocorrem nas crianças), que atinge os rins; o neuroblastoma, tumor sólido extracraniano mais comum nas crianças, sendo geralmente diagnosticado durante os dois primeiros anos de vida; o retinoblastoma, que é a neoplasia intraocular mais comum em crianças, acometendo cerca de 1 em cada 20 mil nascidos vivos; e os tumores ósseos, que são o sexto em incidência em crianças, sendo mais frequentes na adolescência, representando cerca de 8% de todas as neoplasias em crianças e adolescentes; dentre outros tipos.

 

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