Famílias com crianças ou adolescentes são as mais afetadas pela pandemia, diz Unicef

Brasileiros que vivem em domicílios com crianças e adolescentes foram os mais impactados pela redução da renda, pela insegurança alimentar e pela fome

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Famílias com crianças ou jovens são as mais afetadas pela pandemia; imagem mostra mulher e homem negros sentados em mesa que tem papeis e frutas
63% das famílias com crianças e adolescentes tiveram redução de renda durante a pandemia
Buscador de educadores parentais
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Famílias com crianças ou adolescentes foram as mais impactadas pela crise provocada pela Covid-19 no Brasil. É o que revela a pesquisa Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes, recém-lançada pelo Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef). Realizado pelo Ibope em todo o País, o estudo mostra que os brasileiros que vivem com pessoas menores de 18 anos em casa foram a maioria entre aqueles que tiveram redução de rendimentos, ficaram sujeitos à insegurança alimentar e, inclusive, à fome, entre outros desafios. 

“Embora crianças e adolescentes não sejam os mais afetados diretamente pela Covid-19, a pesquisa do Unicef deixa claro que eles são as grandes vítimas ocultas da pandemia. Suas famílias tiveram as maiores reduções de renda, a qualidade da alimentação que recebem piorou, e muitos de seus direitos estão em risco. É fundamental entender esses impactos e priorizar os direitos de crianças e adolescentes na resposta à pandemia”, afirma Paola Babos, representante adjunta do Unicef no Brasil. 

A pesquisa revela, também, que grande parte das crianças e dos adolescentes – tanto de escolas particulares quanto públicas – continuou tendo acesso à aprendizagem na pandemia. No entanto, 9% não conseguiram continuar a aprendizagem em casa, ampliando a exclusão no País. Entre os 91% das crianças que seguiram com acesso à educação, uma percentagem significativa não consegue estudar de maneira regular. “Os resultados deixam claro que o acesso a direitos ocorre de forma desigual no Brasil. Com a pandemia, as disparidades podem se agravar, impactando fortemente quem já estava em situação de vulnerabilidade”, explica Paola. 

Diante desse cenário, o Unicef reforça o apelo para que o país dê prioridade às crianças e aos adolescentes na resposta à Covid-19. Isso significa destacar e priorizar os direitos e necessidades de meninas e meninos nos orçamentos, programas e projetos, visando mitigar os impactos da crise – em curto, médio e longo prazos – na vida de crianças, adolescentes e suas famílias. 

Leia também: Pediatras alertam para mudanças de comportamento nas crianças durante a pandemia

Resultados da pesquisa do Unicef sobre os impactos da covid-19 em crianças e adolescentes 

Redução da renda familiar afetou:

55% dos entrevistados
x
63% das famílias com crianças e adolescentes

Hábitos alimentares mudaram em:

49% da população brasileira
x
58% das famílias com crianças e adolescentes
Destas:
31% passaram a consumir mais alimentos industrializados, tais como macarrão instantâneo, bolos, biscoitos recheados, achocolatados e alimentos enlatados…

Passaram fome

27% das famílias com crianças e adolescentes passaram por algum momento em que os alimentos acabaram e não havia dinheiro para comprar mais

Educação

44 milhões de meninas e meninos ficaram longe das salas de aula no país

91% dos brasileiros que moram com crianças ou adolescentes de 4 a 17 anos que estavam matriculados na escola antes da pandemia afirmaram que eles continuaram realizando atividades remotas de casa (sendo 89% dos matriculados em escolas públicas e 94% nas particulares)

9% de crianças e adolescentes que estavam na escola antes da pandemia, não conseguiram continuar as atividades em casa 

Leia também: Que impacto a pandemia deixará nas crianças?

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