O que o casamento tem a ver com a formação dos nossos filhos?

Quando crescem em um ambiente de respeito e compreensão, as crianças têm mais chances de estabelecer relações saudáveis na vida adulta, diz a psicoterapeuta Helen Mavichian

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Criança chateada e pais discutindo ao fundo
Pais são referência de comportamento para os filhos
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Por Helen Mavichian* ‒  O relacionamento dos pais como casal ou com novos parceiros tem um peso grande sobre a formação de filhos e por isso é importante estar atento a essa relação. O relacionamento dos pais como casal ou com novos parceiros tem um peso grande sobre a formação de filhos e por isso é importante estar atento a essa relação. Muitos acreditam que ser um bom pai ou boa mãe se resume apenas a amar os filhos e dedicar tempo para educá-los, mas, na verdade, vai muito além disso. As crianças aprendem a lidar com o mundo a partir das experiências que têm com os pais e a maneira como os adultos se relacionam entre si é uma referência aos pequenos. Se os pais têm um relacionamento problemático entre si, isso pode afetar negativamente o desenvolvimento da criança. 

Quando a comunicação se torna desrespeitosa, as discussões são frequentes e os genitores se comportam de maneira fria demonstrando uma parceria turbulenta, é bem provável que a criança cresça se sentindo desamparada, com medos, angústias e memórias traumáticas. Além disso, há a possibilidade de que a própria criança passe a se relacionar desse jeito com o mundo, consigo e com o outro.

Os pais servem como modelos de comportamento dos filhos. As crianças observam como os pais interagem, resolvem conflitos e mesmo como conversam com outras pessoas, o que certamente influencia na formação da criança e nos seus futuros relacionamentos. Sejam os responsáveis casados ou não, é importante que tenham uma relação saudável entre si, pelo bem daquilo que elas têm de mais precioso em comum: os filhos. A relação entre os pais ou com novos parceiros é a base e a estrutura de uma família e, quando a criança observa esse relacionamento, ela pode se sentir amparada e inserida em um ambiente seguro emocionalmente ou, ao contrário, insegura, ameaçada e hostilizada, desprotegida. 

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A forma como os pais interagem com seus respectivos parceiros amorosos também influencia bastante na autoestima e na autoimagem das crianças, podendo auxiliar ou atrapalhar a capacidade das crianças de desenvolver empatia, habilidades socioemocionais, construção de valores e crenças a respeito do mundo e de si mesmas. Quando crescem em um ambiente de respeito e compreensão têm maior probabilidade de se tornar adultos que valorizam relacionamentos saudáveis e se relacionam bem uns com os outros.

Relacionamentos afetuosos e saudáveis auxiliam na redução da ansiedade e estresse dos filhos; se são cuidadosos e livres de violência ou abusos, diminuem as possibilidades deles terem relacionamentos conturbados no futuro e/ou desenvolverem transtornos de ansiedade ou até pânico, bem como qualquer outro sentimento negativo. Tudo o que uma criança deseja é ver seus pais se respeitando e sendo parceiros em seus relacionamentos, independentemente de estarem juntos ou não. Os pais são a fonte mais segura e de maior aprendizado dos seus filhos, são seu maior exemplo, e devem lembrar disso sempre.

*Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião da Canguru News.

*Helen Mavichian é psicoterapeuta especializada em crianças e adolescentes e mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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