Quem tem crianças em casa provavelmente já passou por uma situação como essa: o filho, brincando de pular na cama, pula o mais alto que consegue, com a intenção de voar, e acaba caindo no chão e batendo a cabeça. Com certeza, é uma cena que deixaria qualquer pai ou mãe preocupado. Nem sempre os traumas se apresentam a olho nu, por isso, é comum que os pais tenham dúvidas sobre como agir quando imprevistos como este acontecem. Afinal, o que fazer quando a criança bater a cabeça?
Primeiro, é importante manter a calma. Saiba que nem todas as quedas precisam de avaliação médica de emergência, pois grande parte dos traumas na cabeça são triviais e não evoluem para quadros graves. Mas é necessário observar a criança e ficar atento às suas reações. “Caso precise levar ao médico, descrever a reação da criança dá uma dimensão ao médico da energia recebida no crânio da criança”, explicou o neurocirurgião pediátrico, Alexandre Canheu, do Paraná.
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Existem alguns sinais de alerta que é preciso ficar atento. “O filho ficou desacordado ou imediatamente começou a chorar? Se a criança cai, começa a chorar, é um bom sinal. Agora, se a reação é diferente, então os pais devem procurar um especialista”, afirma o especialista. Vômitos, convulsão, desmaio, sonolência fora do habitual após a criança bater a cabeça requerem avaliação de equipe médica.
Além disso, segundo Alexandre Canheu, é necessário checar se ela apresenta alguma lesão na região. Se houver sangue, é necessário levá-la ao pronto-socorro, pois, além de precisar ser avaliada por um médico, pode ser que ela tenha que levar alguns pontos dependendo da profundidade do corte. Já se aparecer o famoso “galo”, se ele não vier acompanhado de nenhum dos sintomas mencionados acima, não há nada com que se preocupar. “Um medicamento para dor ou uma bolsa de gelo para diminuir o inchaço já resolvem”, recomenda o neurocirurgião.
É muito difícil prevenir acidentes como este em crianças maiores. Mesmo com todo o cuidado, é quase inevitável que o filho bata a cabeça em algum momento. Por isso, a principal dica de Canheu é observar a reação imediata. Já em bebês, a maioria desses acidentes ocorre quando eles começam a andar e precisam se apoiar em algo. “Elas precisam ser livres, descobrir o meio ambiente. Mas é importante ficar atento. Uma distância segura é a de um braço, numa emergência, estica o braço e segura a criança”, pontuou.
Acidentes domésticos
De acordo com dados do SUS, o Brasil registrou 1.616 óbitos de crianças por acidentes domésticos nos anos de 2020 e 2021. E quando não vitima, esses acidentes domésticos são a maior causa de lesões graves em crianças até quatro anos de idade aqui no Brasil. Muitos desses casos geram lesões neurológicas. “A criança não pode viver no colo, pelo contrário, é preciso explorar o ambiente. O sistema nervoso da criança precisa ter contato da barriga com chão, mãos com chão, a criança precisa andar e apoiar os braços”, explicou o neurocirurgião pediátrico, Alexandre Canheu. “Mas é preciso livrar o ambiente de coisas perigosas, pontiagudas, proteger as tomadas”, recomendou.
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