Manhêêê,compra pra mim?

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O que fazer para frear o impulso dos pequenos diante da oferta de produtos e serviços.

Por Cristiane Miranda

 Pais que levam seus filhos ao supermercado ou a um despretensioso passeio pelos corredores de um shopping já sabem o que os espera. É quase certo que, em algum momento, a criança vai parar em frente a um brinquedo ou a uma roupa e soltar o temível pedido: “Compra pra mim?”. O que fazer se o consumismo exagerado do pequeno já preocupa os pais? Para o professor de publicidade da Universidade Fumec Sérgio Arreguy Soares, autor do livro Propaganda e Consumo Infantil, criança também tem o direito de consumir, mas é necessário impor limites.“Não podemos pôr os filhos em uma redoma, negar tudo, mas cabe aos pais ensinar o equilíbrio a eles”, afirma. “A primeira responsabilidade é da família, claro, mas a escola pode ser um agente fundamental para disseminar o consumo consciente.”

Dicas ConsumoCom prefácio do cartunista e escritor mineiro Ziraldo, o livro, escrito em parceria com o também professor da Fumec Admir Borges, reúne seis anos de pesquisas com pais, educadores, psicólogos, empresários e publicitários. “As criança de hoje é mais conectada e mais bem informada, a partir dos 4, 5 anos já começa a influenciar os hábitos de consumo da família”, afirma o professor Soares. “É preciso ter uma disciplina de educação para o consumo nas escolas, ensinar os alunos a ter uma relação mais saudável com o comprar”, observa. A questão do consumismo na infância se tornou tão relevante que em 2006 o Instituto Alana, de São Paulo, criou o Projeto Criança e Consumo, com a ideia de promover a conscientização e a defesa dos direitos da criança frente à comunicação mercadológica. Durante seis anos, a psicóloga Laís Fontenelle Pereira coordenou o projeto e hoje é consultora do instituto. Ela diz que, por causa de impactos sociais, ambientais e econômicos, esse problema não está restrito apenas à esfera familiar. “Quanto mais consumimos, mais lixo produzimos, gerando impacto ambiental. E os recursos ambientais são finitos”, afirma.

Para Laís, é importante salientar as consequências sociais e econômicas desse comportamento. “A busca por produtos mais caros, por exemplo, denota a qual grupo a criança quer ou precisa pertencer”, diz. “O consumismo exacerbado pode levar as pessoas a obter produtos não necessários, causando um endividamento com efeitos danosos.” Em casos extremos, enfatiza a psicóloga, a compulsão por comprar na fase infantil pode acarretar problemas como a obesidade e a erotização precoce. “Concordo que os pais tenham sua parcela de responsabilidade, mas esse assunto engloba outros atores como a escola, o mercado e o estado. É preciso que todos os envolvidos saibam de suas responsabilidades e tomem alguma providência.” Não existem fórmulas mágicas para controlar a vontade dos pequenos, mas os especialistas ouvidos nesta reportagem elaboraram seis dicas preciosas para ajudar papais e mamães a conter o impulso de compra dos pequenos. Confira o quadro ao lado. 

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