3 histórias inspiradoras de mães empreendedoras

Em meio a tantos desafios enfrentados pelas mulheres durante a maternidade, existem relatos de mães empreendedoras que ensinam e encorajam outras mulheres!

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Empreender não costuma ser uma tarefa fácil: exige mudanças, compromissos, esforço e dinheiro. De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE, 21% das empresas fecham ainda no primeiro ano de funcionamento. E o cenário é ainda pior para as mulheres. Um relatório publicado pela Organização das Nações Unidas Mulheres – entidade internacional voltada à defesa de igualdade de gênero – destacou que elas, além de estarem mais expostas ao vírus por representarem 70% dos profissionais da área de saúde no mundo, estão sendo mais sobrecarregadas com tarefas domésticas e cuidados com outros membros da família. Por exemplo, em 2019, o nível de ocupação das mulheres de 25 a 49 anos vivendo com crianças de até 3 anos de idade foi de 54,6% e o dos homens foi de 89,2%. Em lares sem crianças nesse grupo etário, o nível de ocupação foi de 67,2% para as mulheres e 83,4% para os homens. As mulheres pretas ou pardas com crianças de até 3 anos de idade no domicílio apresentaram os menores níveis de ocupação: 49,7%. Diante desse cenário, fica o questionamento: qual a chance das mães empreendedoras adrentarem o mercado de trabalho?

Mesmo com os números demonstrando a dificuldade do processo, são inúmeras as mulheres que conseguem passar por essas barreiras e inovarem em sua área de atuação. Para celebrar o “Dia Internacional da Mulher”, nesta segunda (8), escolhemos as histórias de três mães empreendedoras que comprovam a força que vem da união feminina e da maternidade. Confira abaixo!

Inovação, criatividade e redes de apoio

Formada em Farmácia e pós-graduada em Marketing, Estratégia e Gestão de Dados, Dani Junco fez sua carreira na indústria farmacêutica. Mas foi em 2015, quando engravidou do Lucas, que sua carreira se transformou. Ao fazer uma enquete informal no Facebook, perguntando: “Tem alguém aí perdida e confusa em equilibrar a maternidade e a vida profissional? Vamos tomar um café?”, ela não esperava tamanho retorno. Mais de 80 mulheres a procuraram para discutir essas questões, demonstrando a necessidade de ampliar esse debate. Seria esse o pontapé inicial que faria surgir, meses depois, a “B2Mamy” uma aceleradora focada em desenvolver mães empreendedoras.


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A “B2Mamy” capacita e conecta mães ao mercado de inovação e tecnologia para que elas sejam líderes e livres economicamente. A partir de suas especialidades, Dani transformou sua dificuldade – voltar ao mercado de trabalho após ter se tornado mãe – em solução para outras mulheres com filhos que desejam empreender. Por meio de capacitações, ela acredita que as mulheres possam equilibrar seus papéis nas suas carreiras e na administração da família, se tornando líderes em seus trabalhos e independentes financeiramente.

Em sua palestra no TEDxSaoPauloSalon, Dani Junco lembra que o Brasil tem 69 milhões de mães, sendo que a cada 10 mulheres que saem em licença maternidade, apenas 4 delas retornam para a vida profissional. “Em algum momento disseram para a mulher que ela não é capaz de equilibrar sua vida profissional com a sua vida materna. E sabe o que aconteceu? A gente acreditou e desistiu”, lamenta Dani. Atualmente, a B2Mamy atua como rede de apoio para mães empreendedoras, não só para que possam empreender, mas também para se relacionar e maternar. “Eu sai de São Paulo e vim para Santos para poder organizar melhor a minha rede de apoio, e conseguir equilibrar a B2Mamy, o Lucas e o resto da minha vida. Empreender e maternidade têm muito a ver com infra-estrutura, com como você consegue se organizar”, relata Dani.

“O meu recado é falar que dá para fazer, mas não dá para fazer sozinha. É impossível pensar grande, sozinho. Só é possível pensar grande de maneira colaborativa. Usem as redes de apoio, usem os homens, as mulheres, as não-mães, falem mais para eles, peçam mais ajuda”, aconselha a empreendedora. Ela ainda ressalta que para mudar o cenário do mercado de trabalho brasileiro, é preciso falar com os homens e com os jovens, não somente com as mães. Pois, assim, será possível uma real transformação no contexto que vemos hoje. Também é importante ressaltar que, apesar da organização, não é sempre é possível dar conta de tudo. E está tudo bem. Depende de quem está ao seu lado para apoiá-la e do contexto em que você está vivendo.


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Apoio às mães nas redes

Com a intenção de discutir a maternidade e o empoderamento feminino, a advogada Sabrina Donatti, 36 anos, criou nas redes sociais o perfil Mamãe em Construção. De um jeito leve e descomplicado, ela fala sobre questões as mais diversas que envolvem o “ser mãe” – dos itens que não podem ser solicitados entre os materiais escolares dos filhos à participação da famílias em tarefas domésticas como a faxina. O objetivo, diz ela, é ajudar as mulheres a se sentirem mais seguras de si e capazes de superar os desafios da maternidade.

Sabrina conta que a ideia de criar o perfil surgiu após um episódio de alergia e crises respiratórias que a filha Malu, 9 anos, apresentou devido à mudança radical de clima quando a família saiu do Nordeste e foi morar no Sul do país. Diante do ocorrido, Sabrina, que até então seguia focada na sua carreira de advogada e estudava para prestar concurso, decidiu parar tudo para se dedicar à filha. Foi quando ela sentiu a necessidade de encontrar uma ocupação e ao mesmo tempo ajudar outras mulheres que, mesmo sendo mães, não queriam deixar de lado o trabalho profissional.


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Hoje, o perfil “Mamãe em construção” conta com mais de 23 mil seguidores no Instagram e Sabrina diz seguir empolgada na missão de poder contribuir para o universo parental. “Com essa missão de ajudar outras mães e pessoas que passam por diferentes tipos de situações no dia a dia, nasceu também um projeto profissional. Passei a ser não só uma mãe em construção, mas também uma profissional em construção, descobrindo e estudando tudo desse mundo de influência digital”, explica Sabrina.

A força das mulheres

Formada em biologia, a empresária Lucilaine Lima teve a ideia de criar o Instituto Gourmet em 2010, em Serra (ES), quando resolveu trocar as aulas que dava para estudantes do ensino médio pelas vendas de doces caseiros. O intuito era poder ficar mais perto de seu filho. A idealização da rede veio após quase sete anos vendendo bem casados. Hoje, o Instituto Gourmet é a maior rede de ensino em gastronomia do país, com mais de 80 unidades em funcionamento. No último ano a rede faturou cerca de R$ 60 milhões.

Um dos maiores desafios da carreira de Lucilaine veio agora, durante a pandemia. “As brasileiras perceberam o impacto da pandemia em suas vidas e precisaram se readaptar a uma nova rotina. Isto foi necessário para que tudo se mantivesse em ordem e todos em segurança”, reflete a empreendedora. Ela reforça ainda que, mais uma vez, as mulheres uniram suas forças em grupos, nas redes sociais e de outras formas possíveis para compartilhar suas experiências e desafios. Desta forma, conseguiram atravessar este momento atuando com ideias criativas, conselhos e acalentos em todos os momentos que houve necessidade.


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Com relação aos desafios diários neste período, a empreendedora conta que a forma como recebemos e como conduzimos os problemas faz toda a diferença. “Os meus desafios foram os de quase todas as brasileiras: das tarefas domésticas, do ensino, de exercer o papel de mãe, esposa, empresária, entre tantas outras faces que diariamente nos desdobramos para exercer, nos esforçando para sermos assertivas, além de produtivas. Trazer um olhar diferente e tirar valiosas lições do momento vivenciado foi a solução que encontrei para que eu não vivesse o caos. Assim, a pandemia passou a ter ares mais leves, trouxe muitas reflexões e crescimento”, relata Lucilaine.

A dúvida que fica para todas as mulheres que tiveram que se desdobrar para conseguir dar conta da vida pessoal e profissional e lutar para não perder as conquistas que tiveram até agora é: qual será o futuro do mercado de trabalho para as mulheres? Para Lucilaine Lima, “a mulher possuiu uma mente criativa, cheia de perspectivas e ideias que tornam o mercado cada dia mais inovador. Não tenho dúvidas de que, sempre que necessário, as mulheres terão força e criarão situações inusitadas para que sua vida pessoal, familiar, carreira, entre outras áreas, desenvolvam-se com muito sucesso”, ressalta a idealizadora do Instituto Gourmet.


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