Seu filho é uma criança difícil, age com pirraças, choro ou desobediência? Não raro, ele costuma gerar estresse e te deixa com a sensação de incapacidade de criá-lo?
Pois saiba que essa não é uma exclusividade sua. Muitas vezes, acreditamos que a culpa é nossa e que não sabemos criar os filhos, ficamos angustiadas, e aquela célebre frase pode vir à mente: “Onde foi que eu errei? ”.
Não sei se você passou por isso, mas na minha época, não aprendíamos a lidar com nossas emoções. Quantas vezes eu ouvi: “Engole este choro”, “ Você não tem motivos para chorar” ou “Homem não chora”. Nós não aprendemos a lidar com as emoções, nem a reconhecê-las. Não nos era permitido nos expressar, demonstrar nossos sentimentos. E repetimos isso ao longo da vida, inclusive, com os nossos filhos.
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O que acontece é que eles estão aprendendo na escola a identificar e lidar com suas próprias emoções – mas nem todos estão preparados para isso, visto que eles também repetem o que aprendem em casa.
Agora imagine o turbilhão que fica dentro da cabeça de uma criança: ela identifica os sentimentos, mas não pode contar com a ajuda dos pais, porque não estamos preparados para tanto. Aí, ela chega em casa depois de um dia ruim no colégio, você pergunta o que aconteceu e ela responde atravessado. Por conta disso, você decide castigá-la, privando-a de alguma coisa. Será que essa é a melhor forma de solucionar o problema? Não, não é. Você só repetiu um padrão que aprendeu.
Não precisamos identificar o que o nosso filho está sentindo, mas precisamos compreender que ele sente algo e que este “algo” o está consumindo e, como defesa, ele (até inconscientemente) acaba atacando alguém, os pais, por exemplo.
Lembre-se sempre de que a inteligência emocional não é um traço, é uma habilidade e portanto, como pais, é nosso dever transmitir a nossos filhos estas estratégias:
Não o julgue nem recrimine pelo seu comportamento; não o compare a nenhuma outra criança.
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Converse sempre, mas procure um momento em que seu filho esteja bem para falar. Dê a ele confiança e compreensão, faça com que ele perceba que está sendo visto e respeitado.
Ensine a ele que cada emoção pode se transformar em uma palavra, que a raiva tem forma, que a tristeza pode ser compartilhada para aliviá-la, que chorar não é ruim, que o mundo nem sempre é como gostaríamos que fosse.
E, por fim, diga a seu filho que você sempre estará pronto para ouvi-lo.
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