Com o início da flexibilização da quarentena, estados brasileiros começaram a anunciar planos para a retomada das aulas presenciais. O estado de São Paulo, por exemplo, dará início ao retorno das atividades nas escolas no dia 8 de setembro. Em alguns locais, como nas cidades de Manaus (AM) e Duque de Caxias (RJ), escolas privadas já foram autorizadas a reabrir. O momento pode trazer apreensão aos pais – e também aos filhos: as crianças podem se sentir ansiosas ou com medo por conta do retorno às aulas presenciais.
Segundo Marcia Frederico, psicóloga e consultora pedagógica do Laboratório Inteligência de Vida (LIV), as crianças poderão ter um misto de sentimentos. “Teremos sentimentos bastante ambíguos nesse momento. Ao mesmo tempo em que podem se sentir eufóricas, felizes, animadas e aliviadas, as crianças também podem se sentir apreensivas por não saberem como de fato será e o que irão encontrar, ansiosas por tantas perguntas sem respostas, com medo de serem contaminadas e de levarem para casa o vírus, frustradas por não ser como imaginavam, tristes por talvez não encontrarem quem gostariam…”, explica ela. “Também pode haver muitas dúvidas e incertezas: se terão que voltar a ficar em casa, sobre o futuro”, continua.
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A psicóloga afirma que é importante entender que as emoções são próprias de cada indivíduo – e que elas são inevitáveis. “Um primeiro ponto é que não temos como evitar os sentimentos e não sabemos como cada pessoa irá sentir ou reagir a um mesmo fato”, diz. Para ela, o principal para que os pais possam preparar o emocional das crianças e para que o retorno às aulas presenciais não tenha impactos negativos é a conversa. “Quanto a preparar o psicológico dos filhos, o mais importante é o velho e bom diálogo”, orienta Marcia.
E a especialista ressalta: o diálogo com as crianças deve envolver falar e escutar. “[É importante] se interessar de fato em conversar sobre o que elas imaginam, quais são as expectativas, propor cenários diversos, criar hipóteses para que pensem e se imaginem diante de diferentes situações”, declara.
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Marcia ainda fala que o momento não é de certezas, mas que o apoio às crianças é extremamente necessário e deve estar sempre ali. “Garantir, prometer e afirmar são verbos que não combinam com o atual momento. Mas tranquilizar, apoiar, se mostrar disponível e disposto a acolher e confortar as angústias e ansiedades é o que podemos e devemos ofertar”, finaliza a psicóloga.
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