“Que tal partir da gente, como país, como povo amoroso e acolhedor, o compartilhamento de um dia de compaixão, amor e gratidão nas escolas do Brasil? E que tal o dia 20 de abril, próxima quinta-feira?” O convite faz parte de mensagem que circula em grupos de mães e pais e viralizou nas redes sociais e aplicativos de mensagens na internet.
A sugestão é que, na quinta, “cada criança leve uma flor, um bombom, um cartão, um abraço para ser distribuído entre professores, colegas, coordenação, direção, toda a equipe de limpeza e demais integrantes de nossas escolas”. O texto de autoria desconhecida também foi compartilhado por secretarias de educação como a do município do Rio de Janeiro e a regional de Araçatuba, no estado de São Paulo.
Muitos alunos estão com medo de ir às aulas devido aos ataques recentes no país e aos boatos de supostos novos eventos no mesmo dia e mês do atentado em Columbine, nos Estados Unidos, que ocorreu em 1999 e deixou 15 pessoas mortas.
O vídeo que acompanha a mensagem tem como trilha sonora a música “Imagine”, cantada por John Lennon, que fala sobre todas as pessoas vivendo a vida em paz. A ideia da publicação é tirar o foco dos atos violentos e tentar tranquilizar famílias e educadores, produzindo “momentos para compartilhar o bem, dentro e fora do colégio”, num movimento “positivo e construtivo.” Veja abaixo o vídeo e a mensagem na íntegra.
Que tal partir da gente, como pais, um dia de compaixão, amor e gratidão nas escolas do Brasil? E que tal o dia 20 de abril, próxima quinta-feira? Cada criança leva uma flor, um bombom, um cartão, um abraço para ser distribuído entre professores, colegas, coordenação, direção, toda a equipe de limpeza.
Precisamos mudar o foco para um movimento positivo e construtivo. Vamos produzir momentos para compartilhar o bem, dentro e fora do colégio. Cada um compartilha aí uma frase pelo que é grato dentro do ambiente escolar. Lembre-se da época em que era criança, adolescente dentro de uma instituição de ensino.
Vamos viralizar esse post e também o sentimento de compaixão!
Dia 20.04.2023, próxima quinta, compartilhe o bem dentro e fora do colégio!
Manifesto visa combater o medo
Outra iniciativa, o Movimento Escola sem Medo, lançado na segunda-feira (17) pela Associação Nova Escola, visa resgatar a potência das escolas e permitir que professores, estudantes e a comunidade escolar construam “um futuro de civilidade, respeito e democracia”. No manifesto, a entidade afirma a necessidade de “combater aquilo que nos deixa paralisados e nos impede de ensinar e aprender: o medo” e destaca a importância da comunidade não se fechar nem se isolar, mostrando-se aberta para a conversa, o diálogo e a escuta, “discutindo soluções e engajando cada indivíduo e toda a sociedade ao mesmo tempo”.
Diversas escolas estão desenvolvendo ações voltadas a uma cultura de paz, que promovam a solidariedade e a convivência saudável entre os alunos, por meio de rodas de conversa, assembleias, prática de esportes coletivos, atividades culturais e trabalhos manuais como a produção de origamis.
Nas últimas semanas, também têm ocorrido no ambiente escolar palestras sobre temas como o uso das redes sociais por crianças e adolescentes, bullying e cyberbullying e saúde mental.
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Atenção às redes sociais
Para a psicóloga Patrícia Nolêto, os pais não devem antecipar às crianças riscos de tragédias e fatalidades, nem ensinar como agir em caso de situações de perigo na escola, mas precisam sim ficar atentos aos conteúdos que os filhos têm acesso nas redes sociais, diariamente, de dentro de casa. “Você não tem que ensinar seu filho de 5 anos a se enfiar debaixo da carteira porque na escola pode acontecer algo ruim. Ele tem que entender que a escola é um lugar para ser feliz, para fazer amigos, aprender e brincar, mesmo que tragédias aconteçam”, disse ela em vídeo postado no Instagram.
Instituições públicas e privadas por todo o país têm adotado protocolos de segurança e muitas também têm investido em ações de saúde mental. Especialistas orientam encaminhar denúncias às autoridades, tomar cuidado com as mensagens compartilhadas em redes sociais e evitar o pânico.
Ao menos 756 perfis de redes sociais responsáveis pela propagação de discursos violentos e relacionados a ataques em escolas já foram removidos a pedido do governo federal, segundo informado pelo Ministério da Justiça e Segurança nesta semana.
Como lembrou o pediatra Daniel Becker, a escola é um lugar sagrado, de convivência, aprendizados, brincadeiras e formação pessoal: “A gente tem que fortalecer a escola porque ela é justamente o antídoto para tudo isso. A escola é onde a gente vai aprender a exercitar o diálogo e a não-violência”.