Coronavírus: converse com a criança sobre o tema e explique que ela também pode fazer a sua parte

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Já que as crianças estão em casa por causa do coronavírus – e o assunto domina o noticiário e as conversas com os amigos e familiares – é importante falar com elas sobre isso. 

Até agora, somente 0,9% dos registros de pessoas infectadas com o vírus ocorreram em crianças menores de 9 anos. Na segunda-feira, porém, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que embora as evidências sugiram que o grupo maior de risco são as pessoas acima de 60 anos e com doenças pré-existentes, como diabetes e hipertensão, também há registros de morte de jovens e crianças. A diretora-técnica da organização, Maria van Kerkhove, afirmou que os relatórios não apontam transmissões em locais como escolas, mas disse ser importante proteger as crianças como uma população vulnerável. 

Portanto, além de ensinar a lavar as mãos– o que, a esta altura, quase todas as crianças já sabem (ou deveriam saber) – é essencial explicar que cada um precisa se cuidar para que ninguém fique doente – e mesmo as crianças podem fazer a sua parte.

“Não é preciso pânico. Ao adotar as indicações de higiene, sairemos dessa pandemia sem grandes prejuízos. Só depende de nós”, afirma a pediatra Thais Bustamante, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). 

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Veja a seguir uma série de sugestões do que como tratar do novo coronavírus com as crianças e que cuidados elas devem tomar. Confira!

1. Converse sobre o assunto. Explique o que é a doença, como ela é transmitida e como pode ser evitada com medidas simples de prevenção. A linguagem deve ser adequada à idade da criança – quanto menor ela for, mais simples deve ser a mensagem. “Os menores de sete anos ainda fantasiam muito e podem não conseguir exteriorizar os pensamentos. Se eles só ouvem os adultos falando sobre o coronavírus sem serem envolvidos no diálogo, podem desenvolver um medo tão grande que atrapalha até a prevenção”, afirma a médica pediatra Dra. Thais Bustamante, da Sociedade Brasileira de Pediatria.

2. Não ignore os sentimentos do seu filho. Se a criança diz ter medo da doença, em vez de tentar minimizar o que ela sente, explique que há medidas para se prevenir e que mesmo uma criança pode segui-las. Se ela pergunta algo que você não sabe, seja sincera e diga a verdade – e, se for o caso, lembre que esse é um assunto que os cientistas ainda estão estudando. 

3. Reforce as práticas de higiene. Faça combinados com as crianças. Antes das refeições e ao entrar em casa, após brincadeiras no quintal ou no playground do edifício, por exemplo, todo mundo tem que lavar as mãos com água e sabão – e, se preciso, ofereça ajuda. O hábito vale também após o uso de brinquedos, tablets, controle remoto e celular. Boca ou nariz devem ser cobertos no caso de tosse ou espirro e nada de tocar no rosto antes da higienização. Ainda, copos, talheres, toalhas e outros objetos de uso pessoal não devem ser compartilhados. Reunimos aqui 3 formas divertidas de como tratar o assunto com as crianças.

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4. Dê o exemplo. Os pais são uma referência para os filhos e de nada adianta falar para que façam algo, se eles mesmos não lavam as mãos nem tomam os cuidados necessários para evitar a transmissão da doença.

5. Fale sobre empatia. Explique à criança que seus avós e as pessoas idosas em geral têm mais chance de pegar a doença e por isso é importante manter distância deles nesse momento. Aproveite para falar da importância de se colocar no lugar do outro e pensar no que pode ser feito para ajudá-lo.

6. Empodere seu filho. “Mostre ao pequeno que o cuidado que ele tem consigo também ajuda todas as pessoas a não ficarem doentes”, diz Fernando Collaço, head de comunicação e conteúdo da PlayKids, aplicativo de conteúdo infantil. Não é necessário alarmar as crianças, mas sim mostrar que a atenção com a própria higiene é uma grande atitude diante de toda a situação. Se há um bebê em casa, é importante orientar o filho mais velho a lavar bem as mãos e os braços e até trocar de roupa antes de brincar com o irmãozinho ou a irmãzinha menor, já que este ainda está desenvolvendo a sua imunidade.

7. Evite fake news. Antes de passar à frente ou comentar em casa uma notícia, é importante checar a origem daquele conteúdo e se parece confiável ou levanta suspeitas. Na dúvida, não repasse nem fale sobre o tema, muito menos com as crianças, que podem se sentir amedrontadas, a depender do teor da notícia.

8. Pergunte se seu filho ou filha tem dúvidas. Mostre-se aberta ao diálogo e questione se a criança quer saber algo mais sobre o assunto. Diga que gosta de conversar com ela e que fica feliz quando ela a procura para dizer o que pensa.

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Verônica Fraidenraich
Editora da Canguru News, cobre educação há mais de dez anos e tem interesse especial pelas áreas de educação infantil e desenvolvimento na primeira infância. É mãe do Martim, 9 anos, sua paixão e fonte diária de inspiração e aprendizados.

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