Nesse período de quarentena, incentivar as crianças a se movimentar pela casa e gastar energia pode ajudá-las a se sentir melhor, já que são hábitos que fazem parte do seu dia a dia. Desde muito cedo, a criança usa o corpo para brincar, conhecer e explorar o mundo ao seu redor, descobrindo novas possibilidades e superando desafios. Daí a importância de manter essas práticas mesmo em confinamento social – a orientação, inclusive, é para que os pequenos pratiquem cerca de uma hora de atividade física diária.
Mas dá para fazer isso dentro de um apartamento ou espaço limitado? Dá sim, e é importante que os pais se envolvam nessa tarefa. “A participação e a ação de brincar juntos é fundamental para o compartilhamento desses momentos”, afirma Rafael Martins, coordenador-geral da Escola Bakhita, em São Paulo e formado em educação física. Ele sugere para tanto usar materiais existentes em casa, levando em consideração as habilidades e os aspectos de segurança necessários para cada faixa etária.
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Criar circuitos com obstáculos que exijam correr, saltar e se agachar, por exemplo, pode ser uma proposta para as crianças a partir dos 4 anos. Já para as menores, de até 3 anos, objetos existentes em casa, como bola, bambolê e mesmo almofadas servem para explorar movimentos diferentes dos quais as crianças já conhecem. A seguir, veja algumas ideias propostas pelo coordenador para as crianças possíveis de serem realizadas em espaços fechados.
Brincadeiras com crianças de 0 até 3 anos
Manipulação de objetos
1. A criança deve criar movimentos diferentes com objetos que já conhece, como bola, bambolê e corda, entre outros.
2. A criança pode interagir com objetos inusitados, como uma rolha, uma pena e um travesseiro, para a partir deles explorar novos movimentos.
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Circuitos de obstáculos
A ideia aqui é criar um percurso que demande a utilização de movimentos diversos, por meio de objetos e móveis existentes na casa. Linhas, fitas e giz também podem compor esse percurso.
Brincadeiras com crianças de 4 até 8 anos
Desafios motores – Criação de circuitos com a ajuda das crianças. Uma caixa de sapato, por exemplo, pode ser usada para que a criança salte sobre ela. Em seguida, duas fitas podem delimitar uma reta em que é preciso andar de lado, e uma cadeira pode indicar que a criança deve passar por debaixo dela. Aqui vale a imaginação para adequar os móveis e objetos da casa a desafio compatíveis com as habilidades físicas e motoras dos pequenos. Cronometrar o tempo que cada pessoa demora para completar o percurso pode motivar ainda mais a participação das crianças.
Brincadeiras de roda – Essas são dinâmicas possíveis de serem realizadas em espaços menores e envolvem as crianças em contextos lúdicos com regras simples. Por exemplo: corre cotia, mímica e passa-anel.
Brincadeiras simbólicas – São dinâmicas que envolvem a representação de aspectos que identificam na sociedade ou em histórias. Por exemplo, teatro de sombras, representações de histórias, etc.
Parlendas – São músicas de domínio infantil que acompanham uma representação gestual: “um dois, feijão com arroz…”, “uni duni tê…”, “hoje é domingo, pé de cachimbo…”
Brincadeiras inventadas – Convidar a criança a pensar em novas possibilidades de diversão, com temáticas de seu interesse e dinâmicas que possam ser feitas no espaço e com o número de pessoas existentes.
Em todas as propostas, se conectar com as crianças e seu universo do brincar é fundamental, ressalta Rafael. “Além dos benefícios físicos, o relacionamento familiar é potencializado e os momentos de ficar “preso” em casa se tornam mais leve. Vamos brincar?”, sugere ele. Se você experimentar algumas dessas propostas, conta depois pra gente aqui nos comentários se as crianças gostaram, ok?
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