n\u00e3o gostar de matem\u00e1tica<\/a> porque a professora d\u00e1 muitas contas que levam horas para serem feitas. \u201cTalvez seja o caso do professor inventar um jogo com dados ou um campeonato de bolinhas de gude em que as a matem\u00e1tica esteja implicada. Ao dar sentido para o conte\u00fado, ao mostrar como ele pode fazer parte da vida da crian\u00e7a, ela tem uma raz\u00e3o para aprender\u201d, destaca a professora. <\/p>\n\n\n\nSegundo dados do Sistema de Avalia\u00e7\u00e3o da Educa\u00e7\u00e3o B\u00e1sica, o percentual de alunos do segundo ano do ensino fundamental que n\u00e3o sabem ler nem escrever mais que dobrou entre 2019 e 2022, passando de 15% para 34%. Os dados tamb\u00e9m mostraram queda no aprendizado em matem\u00e1tica: 22% das crian\u00e7as n\u00e3o conseguem fazer opera\u00e7\u00f5es b\u00e1sicas, como soma e subtra\u00e7\u00e3o. No \u00edndice anterior, antes da pandemia, eram 16%.<\/p>\n\n\n\n
Di Paolo recorda que se a crian\u00e7a n\u00e3o vai bem na escola, nem sempre \u00e9 uma dificuldade no conte\u00fado, pode ser tamb\u00e9m falta de interesse ou dificuldade de se organizar no tempo e organizar as tarefas. <\/p>\n\n\n\n
\u201cAs aulas de refor\u00e7o devem ir al\u00e9m de melhorar as notas. O objetivo maior tem que ser que a crian\u00e7a aprenda, e para isso \u00e9 preciso acompanhar o processo, observar o contexto de cada aluno para conseguir garantir a ela os direitos de aprendizagem, isso \u00e9 o mais importante\u201d, destaca a professora do Instituto Singularidades. Abaixo, as especialistas esclarecem quatro d\u00favidas sobre as aulas de refor\u00e7o.<\/p>\n\n\n\n
Refor\u00e7o na escola ou aula particular em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Para Cicca, o professor particular pode complementar o trabalho de refor\u00e7o feito na escola no contraturno. \u201c\u00c0s vezes, os pais trabalham fora e n\u00e3o t\u00eam tempo para ajudar o filho nas tarefas, e o professor particular vai poder ajudar a organizar a rotina da crian\u00e7a, ajud\u00e1-la nas tarefas de li\u00e7\u00e3o de casa\u201d. Segundo a orientadora pedag\u00f3gica, o pai pode observar essa necessidade quando interage com o filho, seja nas brincadeiras ou quando senta para fazer as li\u00e7\u00f5es e percebe alguma dificuldade. \u201cAo participar da vida da crian\u00e7a, ao fazer uma brincadeira, ler uma hist\u00f3ria e ver que a crian\u00e7a n\u00e3o consegue acompanhar, esse \u00e9 o momento de ele atuar, com apoio da escola e buscando ajuda de um psicopedagogo ou professora particular, o que pode facilitar o aprendizado da crian\u00e7a, visto que ela acaba criando la\u00e7os e consegue aprender mesmo faltando pouco tempo para o fim do ano letivo\u201d.<\/p>\n\n\n\n
O que pode afetar o aprendizado da crian\u00e7a?<\/h2>\n\n\n\n
Segundo Di Paolo, a nota faz parte do acompanhamento acad\u00eamico do estudante, mas al\u00e9m do baixo rendimento \u00e9 preciso observar todo o conjunto, o que inclui o comportamento, o interesse e a organiza\u00e7\u00e3o. \u201cOu seja, a aten\u00e7\u00e3o da crian\u00e7a, a capacidade de se organizar, de organizar seus materiais de estudo - o caderno, os livros e os materiais did\u00e1ticos, por exemplo - e de reservar um tempo para fazer as atividades\u201d, comenta a professora do Instituto Singularidades. Ela afirma que o desempenho acad\u00eamico \u00e9 mais amplo que a nota. \u201cN\u00e3o \u00e9 uma quest\u00e3o de causa e efeito. A nota est\u00e1 baixa, logo, o efeito \u00e9 encaminhar para as aulas de refor\u00e7o, \u00e9 preciso entender o contexto, a hist\u00f3ria, como que cada crian\u00e7a se comporta em rela\u00e7\u00e3o a seus estudos e como a fam\u00edlia consegue acompanhar isso\u201d.<\/p>\n\n\n\n
E se a crian\u00e7a n\u00e3o avan\u00e7ou na alfabetiza\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
Cicca explica que cada crian\u00e7a tem um processo, uma maturidade e respeitar o seu tempo \u00e9 muito importante. Ela diz que se o adulto est\u00e1 ansioso, ele acaba passando isso para a crian\u00e7a. \u201cEle tem que passar seguran\u00e7a e confian\u00e7a e de fato buscar um apoio para tentar entender, por exemplo, por que a crian\u00e7a n\u00e3o est\u00e1 lendo ainda. Pode ser uma quest\u00e3o de defasagem mas tamb\u00e9m pode haver alguma necessidade espec\u00edfica que precisa ser avaliada, talvez com apoio psicopedag\u00f3gico, fonoaudiol\u00f3gico, que seja diferenciado para garantir que a crian\u00e7a consiga ser alfabetizada\u201d, esclarece a orientadora pedag\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
Di Paolo complementa que a crian\u00e7a tem um processo de desenvolvimento que \u00e9 potencializado no contexto da escola, junto com os colegas, com o trabalho que est\u00e1 sendo feito ali. \u201cQuando h\u00e1 um est\u00edmulo e um contexto significativo de aprendizagem, uma atividade desafiadora e que tem a ver com a crian\u00e7a, ela reage muito rapidamente, pois tem um grande potencial\u201d, destaca Colello.<\/p>\n\n\n\n
Como deve ser feito o trabalho nas aulas de refor\u00e7o?<\/h2>\n\n\n\n
Colello pontua que n\u00e3o se trata de repetir o que j\u00e1 foi feito, porque j\u00e1 foi feito e a crian\u00e7a n\u00e3o aprendeu. As iniciativas de refor\u00e7o devem se pautar em novas oportunidades de aprendizagem, porque a aprendizagem acontece por diferentes vias, algumas crian\u00e7as aprendem mais escutando, outras, envolvidas em um trabalho, por exemplo. \u201cOs seres humanos s\u00e3o diferentes e aprendem de maneiras diferentes. As iniciativas devem tentar entender qual \u00e9 a l\u00f3gica da n\u00e3o aprendizagem e, por que a crian\u00e7a n\u00e3o aprendeu\u201d, avalia a professora da USP. \u201cPode ser que ela n\u00e3o tenha conseguido acompanhar as aulas online, mas pode ser tamb\u00e9m que n\u00e3o tenha v\u00ednculo positivo com a escola, n\u00e3o se sinta \u00e0 vontade ou n\u00e3o tenha uma rela\u00e7\u00e3o positiva com o conhecimento\u201d, complementa.<\/p>\n\n\n\n
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Crian\u00e7as que t\u00eam contato com a \u00e1gua, seja em rios ou em praias, s\u00e3o mais propensas a favorecer a sa\u00fade mental<\/a> e o bem-estar na idade adulta, segundo estudo da Universidade de Exeter,<\/a> no Reino Unido, e publicado no Journal of Environmental Psychology.<\/p>\n\n\n\n