As doenças respiratórias entre os pequenos voltaram a preocupar especialistas. Novo Boletim InfoGripe, da Fiocruz, divulgado dia 12 de janeiro, alerta para o controle do predomínio do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas (11/12 a 07/01), esse vírus respondeu por 59% dos casos de SRAG com resultado laboratorial positivo em crianças de 0 a 4 anos de idade. Entre as áreas mais afetas estão São Paulo, Distrito Federal e os três estados da região Sul. Também foi observada a presença acentuada desse vírus nesta faixa etária no Espírito Santo, Minas Gerais e Roraima.
Já nas demais faixas etárias, a Covid-19 segue prevalecendo entre os casos de SRAG. Por isso, o pesquisador e coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, reforça a importância de manter a vacinação em dia. “As vacinas aprovadas não só são seguras, como também reduzem significativamente o risco de internação. Tomar todas as doses recomendadas é a nossa melhor ferramenta”, afirmou.
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Gomes destaca que a imunização das crianças contra a doença é fundamental. Até o momento, apenas cerca de 39% da população infantil de 3 a 11 anos finalizou o esquema vacinal contra a covid-19 no país. “Nos chama atenção que, infelizmente, atualmente um percentual importante da população tem se mostrado em dúvida se vale a pena ou não vacinar principalmente as crianças e adolescentes”, ressaltou. De acordo com estudo realizado pela Fiocruz, nos primeiros dois anos da pandemia, a doença foi responsável pela morte de duas crianças de até 5 anos por dia no Brasil.
“A Covid-19 continua sendo o principal motivo de internação por problemas respiratórios na população adolescente e adulta de nosso país. É isso que os dados de notificação têm nos mostrado. Dado esse cenário, é fundamental que a população esteja em dia com a vacinação contra a Covid-19. A vacina é nosso principal mecanismo para proteger a nossa saúde e a nossa vida contra a Covid-19”, pontuou o pesquisador.
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 1,0% para influenza A; 0,2% para influenza B; 12,6% para VSR; e 77,8% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 0,3% para influenza A; 0,0% para influenza B; 0,8% para VSR; e 96,6% para Sars-CoV-2.
A importância do diagnóstico
Os sintomas das viroses respiratórias, na maioria dos casos, podem ser muito parecidos. Entretanto, além da possibilidade dessas infecções acontecerem ao mesmo tempo, as condutas e tratamentos são diferentes. Por isso, caso a criança demonstre algum sinal dessas doenças, como tosse, cansaço e coriza, é muito importante que os pais busquem avaliação médica para realizar testes laboratoriais para determinar que tipo de vírus o paciente apresenta. “A preocupação com infecções por viroses exige dos pesquisadores tecnologia capaz de diferenciar os vírus e, assim, chegar a diagnósticos mais precisos, com maior rapidez”, destacou o patologista clínico Helio Magarinos Torres Filho, diretor geral do Richet Medicina & Diagnóstico.
Como aponta o novo Boletim Infogripe, o VSR pode levar os pequenos a quadros graves e, em alguns casos, até a óbito, principalmente entre crianças pequenas. Por isso, além de manter a vacinação em dia, o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença. “O diagnóstico do agente causador da infecção é fundamental para que possam ser adequados os fluxos internos de pacientes dentro das unidades de saúde, bem como o encaminhamento para uma área de internação, quando necessário, de acordo com o diagnóstico do paciente”, finalizou Helio Magarinos.
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