A importância de manter o calendário vacinal em dia é o foco da campanha “Abril Azul”, realizada todos os anos pela Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). Segundo a entidade, “poucas intervenções em saúde pública tiveram tanto impacto na humanidade como as vacinas.”
Em quarentena há mais de um mês, o mundo segue esperando o dia em que a ciência anunciará o sucesso no desenvolvimento da vacina contra o novo coronavírus. No entanto, não podemos descuidar do calendário vacinal que já possuímos. Terminamos o mês com o alerta da Unicef e da OMS dizendo que milhões de crianças correm o risco de perder vacinas por conta do isolamento social necessário para o combate ao COVID-19.
O Brasil tem um Programa Nacional de Imunizações bastante completo e exemplar, fornecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a toda a população. E a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é categórica em afirmar: “o não comparecimento de crianças às unidades de saúde para atualização do calendário vacinal pode impactar nas coberturas e colocar em risco a saúde de todos, especialmente frente à situação epidemiológica do sarampo, febre amarela e coqueluche que vivenciamos atualmente.”
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Não podemos, ao tentar combater uma enfermidade, deixar que outras doenças que podem ser prevenidas por vacina voltem a causar epidemias e mortalidade. A mensagem é clara: mantenham a carteirinha de vacinação em dia. E não somente a das crianças. A ida à Unidade Básica de Saúde ou à clínica de imunização é também uma excelente oportunidade de atualizar o calendário vacinal dos adultos e idosos.
No contexto da pandemia, a SBP sugere procurar a unidade de saúde mais próxima das residências, em horários menos concorridos, e manter maior distanciamento dos idosos e outras pessoas do grupo de risco para maior gravidade da Covid-19.
Mesmo com a flexibilização da quarentena que está prevista para maio, todos os cuidados e precauções, incluindo o maior distanciamento social possível, devem ser mantidos. É importante lembrar que qualquer pessoa com sintomas respiratórios deve permanecer em casa, mas passados 14 dias de isolamento e com o fim dos sintomas, a vacinação necessária pode ser aplicada.
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Segundo dados da OMS, atualmente, previne-se cerca de dois a três milhões de mortes por ano através da imunização. Outras 1,5 milhão de mortes poderiam ser evitadas se a cobertura global de vacinação tivesse maior alcance. Portanto, não dê ouvidos a boatos ou fake news disseminadas por grupos antivacinas. Vacinas são seguras e seguem um longo caminho de testes até serem recomendadas em larga escala.
E podem anotar na agenda: no dia 9 de maio começa a etapa da campanha de vacinação para a influenza (gripe) que contempla crianças de 6 meses até 6 anos incompletos.
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Os idosos já deram o exemplo e aqui no estado de São Paulo a meta para vacinação desse grupo de risco foi alcançada. Agora será a vez das crianças ficarem protegidas.
Enquanto a vacina do coronavírus não estiver disponível, continuaremos nos cuidando e cuidando de quem amamos. Quem ama cuida e, como diz o lema da campanha da SPSP: eu cuido, eu confio, eu vacino.
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