5 motivos para priorizar as crianças nas eleições de 2022

Crianças e adolescentes menores de 16 anos ainda não podem votar, mas são parcela importante da população e têm de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais

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Menino de casaco e capuz sentado na calçada
Ao votar, é importante escolher representantes que pensem nas crianças e tenham projetos para a infância e juventude
Buscador de educadores parentais
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De acordo com o Artigo 227 da Constituição de 1988, as crianças devem ser prioridade absoluta em todas as decisões, programas e políticas públicas. Isso se torna mais relevante em ano de eleições, em que poderemos escolher, de forma democrática, representantes aos cargos de presidente da República, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. 

O voto no Brasil é obrigatório para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crianças e adolescentes menores de 16 anos ainda não podem votar, mas isso não quer dizer que não devam estar incluídos nos planos dos diferentes representantes políticos. Muito pelo contrário.

Diversos estudos já comprovaram que investir na primeira infância é a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condições sociais e ambientais sustentáveis.

Cabe a nós, adultos, escolher nas eleições candidatos que contemplem as crianças em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valorização de projetos para a infância e juventude nas campanhas às eleições de 2022. A lista é do portal Lunetas, espaço dedicado à reflexão sobre a infância, que recentemente lançou o especial “Infâncias em foco: Quem vota pelas crianças?”, um hub de informação sobre política e as infâncias. 

5 temas que envolvem as crianças e que têm de estar previstos nas propostas dos candidatos às eleições:

Fome

De acordo com um levantamento realizado pela Fundação Abrinq, cerca de 18,8 milhões de meninos e meninas de até 14 anos passam fome no Brasil. Essa insegurança alimentar traz prejuízos gravíssimos às crianças, afetando seu crescimento e o desenvolvimento físico e cognitivo necessários para que consigam crescer de maneira saudável.

Analfabetismo

Há 50 anos, a educação infantil não era uma realidade no Brasil, no entanto, políticas públicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos últimos dois anos, o número de crianças de 6 e 7 anos que não sabem ler e escrever cresceu em 1 milhão. Pensando no futuro e nos próximos passos do Brasil relacionados à educação pública, é necessário eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crianças e adolescentes tenham acesso à educação de qualidade.

Trabalho Infantil

Atualmente, cerca de 2 milhões de crianças e adolescentes estão em situação de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% são crianças pretas ou pardas e 71% estão na área urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua).

Violência e exploração sexual

Entre 2016 e 2020, 35 mil crianças e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram violência sexual, segundo o Panorama da Violência Sexual contra crianças e Adolescentes no Brasil, lançado pela Unicef e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Por isso, é necessário eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cenário e falar de assuntos como igualdade de gênero, empoderamento de meninas, violência sexual e feminício.

Moradia

Mais de 5 milhões de pessoas ainda residem em domicílios sem banheiros ou sanitários de uso exclusivo e 9,7 milhões vivem em condições de adensamento excessivo, com mais de três moradores para cada dormitório. Este é um assunto que não deve ser ignorado, já que todas as crianças precisam de acesso à moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras áreas, como lazer, educação e saúde.

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Verônica Fraidenraich
Editora da Canguru News, cobre educação há mais de dez anos e tem interesse especial pelas áreas de educação infantil e desenvolvimento na primeira infância. É mãe do Martim, 9 anos, sua paixão e fonte diária de inspiração e aprendizados.

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