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Vírus Sincicial Respiratório: bebês prematuros, cardiopatas ou com doença pulmonar podem ser imunizados

Mesmo em tempos da pandemia do novo coronavírus, há outras infecções que podem ameaçar a saúde dos bebês. Esta época do ano é o período de maior circulação do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) no país. O VSR causa infecções respiratórias, sendo responsável por grande parte dos casos de bronquiolites* e pneumonias em crianças de menos de dois anos de idade.
A infecção tem formas graves, que podem até resultar em problemas respiratórios que duram por anos. Os primeiros sintomas são muito semelhantes a um resfriado comum: tosse, nariz escorrendo e febre. Também pode haver chiado no peito, dificuldade para respirar e insuficiência respiratória.
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Bebês que apresentam certas condições estão no grupo de risco para o desenvolvimento da infecção grave pelo VSR: prematuros com idade gestacional menor que 35 semanas, portadores de cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica e portadores de doença pulmonar crônica da prematuridade. Não há tratamento para a infecção por VSR, apenas controle dos sintomas. Por isso, é importante que essas crianças sejam imunizadas.
Imunização contra Vírus Sincicial Respiratório é oferecida pelo SUS e por planos de saúde
Não existe uma vacina para prevenir a infecção pelo VSR, mas há outra forma de profilaxia: os bebês podem ser imunizados recebendo o anticorpo monoclonal Palivizumabe, capaz de prevenir as formas mais graves da doença. Essa profilaxia, mediante prescrição médica, é fornecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), conforme o calendário de cada região, e pelos planos de saúde privados nos seguintes casos:
- Prematuros menores de um ano com idade gestacional menor que 29 semanas;
- Crianças de até dois anos com cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica;
- Crianças de até dois anos com doença pulmonar crônica da prematuridade, independente da idade gestacional.
A profilaxia está prevista no calendário para prematuros da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Os responsáveis pelo bebê devem procurar o seu médico para saber mais sobre a imunização e consultar se ela deve ser feita ou não.
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Segundo o médico pediatra Renato Kfouri, presidente da Comissão Científica de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), devem ser imunizados os bebês com essas condições que nasceram durante a estação do vírus e também aqueles que nasceram no mês que antecede essa estação. Para conferir os meses de circulação do vírus em cada região do Brasil, clique aqui.
Como combater a propagação do VSR no dia a dia
Além da imunização dos bebês mais vulneráveis, há outras medidas que devem ser tomadas para protegê-los do contágio pelo VSR. Transmitido através das secreções respiratórias das pessoas doentes, o vírus é altamente contagioso. É comum, por exemplo, que bebês sejam infectados pelo contato com irmãos ou com os pais. Superfícies e objetos contaminados também podem transmitir o VSR e a infecção se dá quando o vírus atinge boca, nariz ou olhos.
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Portanto, todo mundo que tem contato com o bebê deve tentar reduzir o risco de exposição ao vírus, seguindo as orientações abaixo:
- Lavar as mãos com frequência;
- Evitar contato com quem tem doença respiratória aguda;
- Evitar aglomerações;
- Evitar o tabagismo passivo;
- Limitar ou retardar o acesso a creches e escolas durante a sazonalidade do vírus;
- Manter ambientes, superfícies e objetos (principalmente brinquedos) limpos;
- Estimular e oferecer, sempre que possível, o aleitamento materno.
*A bronquiolite é uma infecção nos bronquíolos que compromete a absorção de oxigênio.
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Heloisa Scognamiglio
Jornalista formada pela Unesp. Foi trainee do jornal O Estado de S. Paulo e colaboradora em jornalismo da TV Unesp. Na faculdade, atuou como repórter e editora de internacional no site Webjornal Unesp e como repórter do Jornal Comunitário Voz do Nicéia. Também fez parte da Jornal Jr., empresa júnior de comunicação, e teve experiências como redatora e como assessora de comunicação e imprensa.
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