Contos de fadas à brasileira

Duas obras que dão um ar de brasilidade à clássica história da menina que foi devorada por um lobo. E tudo fica mais bonito

5358
Diferentes versões de chapeuzinho vermelho, como
Buscador de educadores parentais
Buscador de educadores parentais
Buscador de educadores parentais

A maioria dos contos de fadas que conhecemos tem origem europeia. Pioneiro, o carioca Figueiredo Pimentel traduziu e adaptou esses contos populares no livro Contos da Carochinha, em 1894. Alguns desses contos integravam os livros de Perrault e dos Irmãos Grimm, ambos com versões de Chapeuzinho Vermelho. Em seu livro, Pimentel nos apresenta uma versão em que a menina se chamava Albetina, e é apelidada de Nana. Nessa coluna, destaco duas obras que dão um ar de brasilidade à clássica história da menina que foi devorada por um lobo. E tudo fica mais bonito.

Em CHAPEUZINHO VERMELHO E O BOTO-COR-DE-ROSA, a história se passa às margens do rio Negro. A menina, negra, ganha uma capa vermelha para proteger-se da chuva. Ao visitar a avó ela leva na cesta o tacacá (prato de origem indígena) e frutas como o tucumã. A fera, dessa vez, é o boto-cor-de-rosa que, em nosso folclore, leva as crianças para o fundo do rio. Aqui, após o ataque da fera, a menina é salva por um pescador. Ricamente ilustrada, essa versão, além de ofertar novidades ao conto tradicional, nos apresenta à alguns aspectos culturais da Região Norte brasileira.

O livro

O conto FITA VERDE NO CABELO é uma “nova velha estória” que apresenta uma meninazinha sem juízo que vai visitar sua avó, à beira da morte. Leva um pote que “continha um doce em calda”, e um cesto vazio, “para buscar framboesas”. A prosa de Rosa ganha mais beleza aliada às ilustrações de Mello, passeando entre o real e o fantástico, dando um ar mineiro ao conto estrangeiro: “A aldeia e a casa esperando-a acolá, depois daquele moinho, que a gente pensa que vê, e das horas, que a gente não vê que não são”. Uma estória para surpreender leitores de todas as idades.

Leia também: Dois livros que recolhem e recriam contos de outros cantos do mundo

Ficha técnica dos livros:

CHAPEUZINHO VERMELHO E O BOTO-COR-DE-ROSA. Texto de Cristina Agostinho e Ronaldo Simões Coelho. Ilustrações de Walter Lara. 24 páginas. Editora Mazza, 2020.
Sobre os autores: Cristina Agostinho, mineira, advogada e escritora com 12 livros publicados, dos quais 8 voltados para o público infantojuvenil. Ronaldo Simões Coelho é mineiro, psiquiatra e escritor com cerca de 50 livros publicados no Brasil e no exterior. Walter Lara é mineiro, ilustrador de dezenas de livros, nos quais destaca-se seu trabalho como aquarelista. 

FITA VERDE NO CABELO – NOVA VELHA ESTÓRIA. Texto de João Guimarães Rosa. Ilustrações de Roger Mello. 24 páginas. Editora Nova Fronteira, 1988.
Sobre os autores: João Guimarães Rosa, mineiro, foi médico, diplomata e membro da Academia Brasileira de Letras. Sua prosa inovadora, singular, repleta de neologismos o levou a ser reconhecido no Brasil e no exterior como um dos maiores escritores de seu tempo. Roger Mello, é brasiliense. Escritor e ilustrador, sua arte está em dezenas de livros publicados no Brasil e no exterior e foi reconhecida com o Prêmio Hans Christian Andersen, a maior láurea no campo da Literatura Infantil no mundo. 

Leia também: Contos que não acabam mais!

Quer receber mais conteúdos como esse? Clique aqui para assinar a nossa newsletter. É grátis!

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, deixe seu comentário
Seu nome aqui