Com informações do Metro Jornal – O governo do estado de São Paulo dá início nesta segunda-feira (5) à campanha de vacinação contra a poliomielite e aproveita para lançar uma força-tarefa de multivacinação oferecendo 14 tipos de vacinas que protegem crianças e adolescentes contra aos menos 20 doenças.
O objetivo é conter a queda na cobertura vacinal, que já vinha sendo observada nos últimos anos, segundo as autoridades, um pouco por influência de movimentos antivacina, mas também por conta da falsa sensação na população de proteção contra algumas doenças.
O problema se tornou ainda maior neste ano com o novo coronavírus, já que muitos pais e mães deixaram de levar os filhos aos postos.
Na lista das vacinas com baixa cobertura estão doses que protegem contra doenças graves. A tríplice viral, por exemplo, que evita sarampo, caxumba e rubéola, atingiu só 58,8% do público-alvo no estado quando a meta era imunizar 95%. A BCG, que previne a tuberculose, tem cobertura só de 60%.
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Também preocupa a falta de vacinação dos bebês com até 15 meses de vida, em doses contra outras doença, como diarreia, pneumonia, meningite e hepatite.
Entre os adolescentes com até 14 anos, a imunização oferecida na força-tarefa é a HPV, que tem cobertura de só 52% entre as meninas e de 35% entre os meninos.
O estado projeta disponibilizar até 5,2 milhões de doses nos mais de 5 mil postos de saúde. Para se vacinar, basta procurar qualquer uma das unidades e levar a carteirinha de vacinação. A campanha vai até 30 de outubro e terá um Dia D no próximo dia 17.
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ATUALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
Confira as doses disponíveis na campanha, o público-alvo e a cobertura. 5,2 milhões de doses devem ser aplicadas
Quando: de hoje a 30 de outubro
Onde se vacinar: em todos os 5 mil postos de saúde do estado
Vacina – Protege contra? – Quais crianças devem tomar? – Cobertura atual (%) – Meta (%)
- Poliomielite – paralisia infantil – até 5 anos – entre 71 e 73,3 – 95
- BCG – tuberculose – até 4 anos – 60 – 90
- Rotavírus – agente causador da diarreia – até seis meses – 74,1 – 90
- Pneumocóccica – pneumonia – até dois meses – 76,4 – 95
- Menincoccócica – meningite – até um ano – 74,5 – 95
- Pentavalente – difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e influenza tipo B – até seis meses – 85,3 – 95
- Febre Amarela – febre amarela – até nove meses – 64,3 – 95
- Hepatite A – vírus A da hepatite – até 15 meses – 70,8 – 95
- Tríplice Viral – sarampo, caxumba e rubéola – até 15 meses – 58,8 – 95
- Varicela – catapora – até 4 anos – 68,9 – 95
- DTP – difteria, tétano e coqueluche – até 4 anos – 83,1 – 95
- Meningo ACWY – meningite bacteriana – entre 11 e 12 anos – disponível só em 2021 – 80
- HPV – câncer de colo de útero e verrugas genitais – meninas entre 9 aos 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos – meninas: 52; meninos: 35 – 80
RISCO AINDA MAIOR PARA O FUTURO
Verificada em todo o país, a queda nas taxas de cobertura vacinal é um problema de saúde pública que pode se tornar ainda mais preocupante. O alerta está em documento elaborado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Imunizações.
“Interromper a vacinação rotineira, em especial de crianças menores de 5 anos, pode levar ao aumento de casos de doenças imunopreveníveis e ao retrocesso nas conquistas. No curto, médio e longo prazo, as consequências dessa perda para as crianças podem ser mais graves do que as causadas pela pandemia de covid-19.”
As entidades também pedem que as autoridades intensifiquem as campanhas para combater os movimentos antivacina, “que, em escala mundial, têm divulgado informações falsas e equivocadas sobre a importância da imunização”.
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