Transtornos mentais na infância: desafios crescentes e caminhos para o apoio 

Psicóloga destaca importância do apoio às famílias e acompanhamento da criança para monitorar avanços e permitir que ela atinja seu pleno potencial

42
Menino de costas olha pela janela
Transtornos mentais têm aumentado em crianças do mundo inteiro
Buscador de educadores parentais
Buscador de educadores parentais
Buscador de educadores parentais

Por Helen Mavichian* – Como psicóloga infantil, tenho acompanhado com preocupação o aumento da prevalência de transtornos mentais entre as crianças em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 10 a 20% das crianças e adolescentes globalmente experimentam esses desafios de saúde mental.  

Entre os transtornos mais comuns destacam-se o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), que atinge em torno de 8% das crianças; Transtornos de Ansiedade, que afetam cerca de 7% das crianças; Depressão, diagnosticada em 4.4% das crianças nos Estados Unidos; Transtornos do Espectro Autista (TEA), com prevalência global de cerca de uma a cada 100 crianças; e transtornos de Conduta e de Aprendizagem, que também são motivo de grande preocupação. 

Muitas vezes, esses transtornos apresentam comorbidade, dificultando o diagnóstico e o tratamento. Fatores como ambiente familiar, experiências traumáticas, genética e condições socioeconômicas podem influenciar o desenvolvimento desses desafios. A pandemia de Covid-19 também teve um impacto negativo na saúde mental infantil, com um aumento notável nos casos de ansiedade e depressão

LEIA TAMBÉM:

Como psicóloga infantil, entendo que é fundamental o apoio a crianças e famílias que enfrentam transtornos mentais. Através de uma avaliação abrangente, incluindo testes neuropsicológicos, o profissional pode identificar com precisão os desafios específicos de cada criança, como dificuldades de atenção, processamento cognitivo, habilidades socioemocionais e outros aspectos do desenvolvimento. 

O acompanhamento contínuo do psicólogo permite monitorar o progresso da criança e ajustar as estratégias sempre que necessário.  

Envolver os pais e cuidadores no processo, capacitando-os a compreender melhor os transtornos e a apoiar o desenvolvimento saudável de seus filhos, também é essencial.  

Atividades terapêuticas em família, orientações sobre estratégias de enfrentamento e a construção de uma rede de suporte podem fazer toda a diferença. Com uma abordagem empática e voltada para as necessidades únicas de cada criança, podemos ajudá-las a superar os obstáculos e a alcançar seu pleno potencial, apesar dos desafios de saúde mental que enfrentam. 

*Helen Mavichian é psicoterapeuta especializada em crianças e adolescentes e mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.   

*Este texto é de responsabilidade do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Canguru News.

Gostou do nosso conteúdo? Receba o melhor da Canguru News, sempre no último sábado do mês, no seu e-mail.

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, deixe seu comentário
Seu nome aqui