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Transtornos mentais na infância: desafios crescentes e caminhos para o apoio

Por Helen Mavichian* – Como psicóloga infantil, tenho acompanhado com preocupação o aumento da prevalência de transtornos mentais entre as crianças em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 10 a 20% das crianças e adolescentes globalmente experimentam esses desafios de saúde mental.
Entre os transtornos mais comuns destacam-se o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), que atinge em torno de 8% das crianças; Transtornos de Ansiedade, que afetam cerca de 7% das crianças; Depressão, diagnosticada em 4.4% das crianças nos Estados Unidos; Transtornos do Espectro Autista (TEA), com prevalência global de cerca de uma a cada 100 crianças; e transtornos de Conduta e de Aprendizagem, que também são motivo de grande preocupação.
Muitas vezes, esses transtornos apresentam comorbidade, dificultando o diagnóstico e o tratamento. Fatores como ambiente familiar, experiências traumáticas, genética e condições socioeconômicas podem influenciar o desenvolvimento desses desafios. A pandemia de Covid-19 também teve um impacto negativo na saúde mental infantil, com um aumento notável nos casos de ansiedade e depressão.
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Como psicóloga infantil, entendo que é fundamental o apoio a crianças e famílias que enfrentam transtornos mentais. Através de uma avaliação abrangente, incluindo testes neuropsicológicos, o profissional pode identificar com precisão os desafios específicos de cada criança, como dificuldades de atenção, processamento cognitivo, habilidades socioemocionais e outros aspectos do desenvolvimento.
O acompanhamento contínuo do psicólogo permite monitorar o progresso da criança e ajustar as estratégias sempre que necessário.
Envolver os pais e cuidadores no processo, capacitando-os a compreender melhor os transtornos e a apoiar o desenvolvimento saudável de seus filhos, também é essencial.
Atividades terapêuticas em família, orientações sobre estratégias de enfrentamento e a construção de uma rede de suporte podem fazer toda a diferença. Com uma abordagem empática e voltada para as necessidades únicas de cada criança, podemos ajudá-las a superar os obstáculos e a alcançar seu pleno potencial, apesar dos desafios de saúde mental que enfrentam.
*Helen Mavichian é psicoterapeuta especializada em crianças e adolescentes e mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
*Este texto é de responsabilidade do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Canguru News.
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