Você já ouvir falar sobre rigidez mental? As pessoas que têm esse comportamento vivem tensas, em estado de alerta, como se estivessem sempre em perigo. Constantemente se impõem limites, se escondem atrás de regras que as fazem permanecer no mesmo lugar, onde tudo é conhecido e seguro.
Podemos encontrar pessoas rígidas mentalmente em todos os lugares, mas, se observarmos mais atentamente, encontraremos essa rigidez mental refletida em nossos comportamentos. O excesso de rigidez mental faz com que criemos um sentimento de autopunição que só nos traz sofrimento.
A rigidez mental nos torna prisioneiras, pois diminui a capacidade de adaptação, criatividade, espontaneidade e positividade, aprisionando a velhos padrões que nos impedem de crescer intelectual e emocionalmente.
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Quer ver um exemplo? Quando você se coloca uma meta de emagrecer um quilo por semana, por exemplo. Imagine que ao invés de um quilo, você só emagrece trezentos gramas. E aí, em vez de comemorar, você ignora tudo que foi feito para alcançar este resultado e sente-se insatisfeita, frustrada, com a sensação de fracasso e incapacidade. Ou seja, o excesso de rigidez mental faz com que você desprezo os avanços obtidos, como se houvesse a necessidade de se punir de algo que não foi realizado conforme as próprias regras.
E de onde vem toda esta rigidez?
Um dos padrões mais fortes que trazemos do nosso passado e que nos faz ter a rigidez mental, é a crença de não ser boa o bastante ou de não ser merecedora. Adquirimos esta crença já na primeira infância quando acreditamos que não atendemos às expectativas de nossos pais.
Uma cliente minha me contou que todas as vezes em que fazia lição da escola com a mãe e não acertava nas questões, ela lhe chamava de burra. A mãe também a recriminava nos serviços de casa, dizendo que a filha não fazia da forma correta, e vivia criticando-a por tudo que fazia. Neste caso, o registro de “não ser boa o suficiente” aconteceu. A filha passou a vida acreditando que não atendia às expectativas da mãe.
Esse tipo de registro mental faz com que passemos a vida toda tentando ser boas o suficiente ou mesmo perfeitas, sem poder errar. E esse mecanismo inconsciente desencadeia um nível de ansiedade altíssimo, pois vivemos em busca de algo para completar o que nunca achamos. E não achamos porque é algo que não está no presente, mas no passado, no momento em que recebemos uma crítica que nos fez sentir incapazes, não merecedoras de um reconhecimento. E daí a rigidez – tentamos suprir algo no presente que se refere ao passado.
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Além de prejudicar a si mesmas, a rigidez mental é transferida para nossas relações mais próximas, com os filhos, principalmente. Isso porque somos exemplos para os nossos filhos e se temos o hábito de nos cobramos em excesso, certamente eles repetirão esse padrão.
Tome cuidado, portanto, com o seu posicionamento na sua relação com seu filho. Perceba como é a sua cobrança diante das atitudes que ele tem. Você o cobra por comportamentos pertinentes à própria idade ou quando você fala com ele, acha que está falando com um adulto? Como você age com ele quando ele faz algo errado? Você se solidariza ou cobra a perfeição? Você demostra ao seu filho que ele atende às suas expectativas ou deixa claro que ele falhou?
É importante ficarmos atentas a isso, pois muitas vezes uma simples palavra pode levar nossos filhos ao céu ou ao inferno. Pense se você quer repetir com seu filho o mesmo padrão que aprendeu, que carregou a vida toda e que te faz tão mal. Vale a pena tentar mudar isso, não acha?
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