Retorno escolar: agora é tempo de escalonar

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O retorno às aulas após a quarentena requer planejamento para evitar que o vírus volte a se propagar. Foto: Erika Fletcher/Unsplash
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Em todo o mundo, 9 em cada 10 estudantes estão temporariamente fora da escola em resposta à pandemia do novo coronavírus, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

O principal objetivo da educação como um todo é garantir o atendimento e aprendizado dos estudantes. Entretanto, a vida deve ser preservada a todo custo. Para tal preservação foi essencial o isolamento social, o distanciamento, o fechamento das escolas e a quase total paralisação educacional mundial.

Foram 191 países com escolas fechadas. E no Brasil a situação não é diferente. Tendo em vista que a principal finalidade do processo educativo é o atendimento dos direitos e objetivos de aprendizagem previstos para cada etapa educacional, temos que nos atentar ao fato de que o processo educativo previsto para o ano de 2020 será um tanto divergente do que planejamos, e obviamente com ganhos e perdas singulares.

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A educação não para e a escola também não, pois ensino e aprendizagem são processos contínuos.

E então, vivemos o tempo da educação remota. Diante dos fatos expostos, tivemos há alguns dias o pronunciamento do governo paulista quanto ao retorno às aulas de forma escalonada e iniciando pela Educação Infantil. Mas o aprendizado, o ato educativo nos ambientes escolares deve preservar a vida. Para tanto, o governo paulista comunicou diversas regras e condições para que a retomada fosse possível.

Os dados científicos apresentados pelo governo paulista retrataram ainda pouca aderência da população nos últimos dias à questão do isolamento. Por conta de questões econômicas, o povo está retornando ao trabalho. Há de se flexibilizar o retorno à escola para o público que mais precisa dela, ou seja, pelas crianças de mães trabalhadoras. Se os pais estão retornando ao trabalho e não têm com quem deixar as crianças, há de se começar por elas a
ambientação novamente ao espaço escolar.

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O retorno presencial será escalonado, e seguirá inúmeras regras e condições de segurança sanitária, para que o vírus não retorne numa segunda onda, como vários cientistas apontam. As escolas estão realizando atividades remotas durante o distanciamento social, mas já temos que iniciar o planejamento para o retorno à escola, haja visto que serão necessários diversos pontos a serem observados:

  1. O acolhimento – nova adaptação ao ambiente escolar e o amparo psicológico
    Com o retorno presencial teremos novo processo de inserção ao ambiente escolar. O choro pode voltar e é preciso ter paciência. O acolhimento também se faz necessário no campo virtual, os laços afetivos bem cultivados, garante a melhor aprendizagem também.
  2. O diagnóstico – conteúdos trabalhados e a serem revistos
    Há de se fazer uma avaliação diagnóstica, pois os alunos voltarão em condições extremamente heterogêneas. Teremos os que conseguiram participar das aulas remotas e os que não o fizeram, independentemente do motivo. O replanejamento das ações é necessário e urgente.
  3. A avaliação – as habilidades e competências conquistadas
    Durante as atividades remotas também é necessário o processo avaliativo, principalmente, na modalidade formativa. No retorno, a avaliação contínua do processo inclusive nos dirá se será necessário reposição de algum componente curricular, de alguma unidade temática ou não.
  4. O planejamento – o prosseguimento do ano letivo
    Precisamos prosseguir. Teremos um longo 2º semestre, onde priorizar as habilidades e conteúdos necessários em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é nosso dever e alvo.

Muitos são os fatores a serem observados, certo é que estamos crescendo e desenvolvendo competências muito preciosas para a vida. Que após a pandemia não percamos tudo o que aprendemos de tecnologia, que continuemos a nos comunicar intensamente (escolas e famílias) e que a tolerância, resiliência e determinação nos acompanhem.

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Iolene Lima
Iolene Lima tem 4 filhos adultos (Rafael, Pedro, Mateus e Rebeca). É pedagoga, pós-graduada em psicopedagogia clínica e institucional. Tem especializações em gestão de instituições escolares, qualidade educacional e alfabetização. Dá formação para professores, palestras para pais e consultoria a gestores escolares.

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