Como foram os seus primeiros 40 dias de quarentena, mãe? Quais foram suas primeiras impressões sobre essa experiência? O que você tem sentido? Publisher da editora Timo, Ana Basaglia saiu fazendo essas perguntas nos grupos de mães que frequenta e convidando mulheres para que escrevam relatos sobre o que estão vivenciando neste período de confinamento. Conhecida pela defesa dos valores da criação com apego e pela publicação de títulos alinhados a essa proposta (como os best-sellers do pediatra espanhol Carlos González), Ana quer reunir os depoimentos em uma obra colaborativa que trará a percepção dessa “maternidade em quarentena”.
Segundo Ana, muito tem se falado que a quarentena não é uma novidade para as mães que já vivenciaram o puerpério – período de 45 a 60 dias após o parto – e, logo, estariam habituadas ao isolamento, devido à necessidade de dedicação integral ao recém-nascido que essa fase exige. “Mas a mulher continua sobrecarregada com a casa, os filhos e o trabalho, enquanto o marido se dedica ao home office, e ela tem pouca voz e espaço para falar sobre isso”, explica a publisher.
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A ideia é do livro, portanto, é servir de canal de expressão dessas mulheres, mesclando relatos de mães conhecidas e anônimas. “Porque a gente entende que toda voz é importante e busca uma diversidade de perfis”, diz Ana. Entre os depoimentos já colhidos há o da mãe que acabou de parir, de quem tem filhos pequenos, filhos mais velhos, de avós e de mães brasileiras que moram na Espanha, na Itália e nos Estados Unidos. “Muitas delas, ao me mandar o texto, disseram que o simples fato de parar para escrever e poder minimamente refletir sobre o que está acontecendo já foi algo maravilhoso. Veja a relevância que é perguntar a uma mãe como ela se sente e como tudo isso está reverberando nela”, ressalta a idealizadora do livro.
Entre as mulheres que vão participar da proposta estão a chef de cozinha Bela Gil, a jornalista Rita Lisauskas, autora do blog do Estadão “Ser mãe é padecer na internet”; as médicas de família e comunidade Denize Ornelas e Júlia Rocha, que também é colunista do Ekoa/Uol; Lígia Moreiras, editora do blog “Cientista que Virou Mãe”; Raquel Marques, codeputada estadual (mandato coletivo da Bancada Ativista) e fundadora da ONG Artemis, que atua pelo fim da violência doméstica; e Manuela d’Ávila, jornalista e política brasileira.
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“Temos recebidos relato incríveis. Estou muito orgulhosa e confiante que as mães vão se reconhecer, ora num momento mais disposto, ora em um processo mais reflexivo – e esse é objetivo do livro, mostrar que a gente está junto, os sentimentos são próximos e a maternidade é muito potente”, declara Ana.
Inicialmente, o livro será publicado em um e-book, ainda no mês de maio, segundo Ana. Depois terá uma versão impressa e pode ser que ganhe um blog também onde serão inclusos todos os relatos de mães já recebidos – e não só os 40 principais. Quem quiser mandar a sua história, pode escrever para [email protected] . Saiba mais no Instagram da editora Timo. A editora é especializada em temas que falam da criança, da mulher e de seus direitos humanos, sexuais e reprodutivos. É também responsável por publicar no Brasil as obras do pediatra espanhol Carlos González, como “Bésame mucho” e “Meu filho não come!”.
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