Volta às aulas: uma readaptação nunca vivida

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Readaptação escolar e ressocialização será necessária na volta às aulas, que terá materiais escolares conhecidos – como lápis de cor, lousa e lupa – e novidades como as máscaras, conforme mostra esta imagem
Buscador de educadores parentais
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Já está se aproximando a retomada presencial das aulas e temos ainda muitas dúvidas sobre esse processo de retorno. Muita ansiedade, receio, expectativa e o medo sobre o contágio ainda permanece no ar. Passaremos ainda dias difíceis, mas creio, tudo isso nos fará crescer e muito.

Enquanto educadores, não podemos deixar de dar a devida atenção para esse momento, que será tão especial e, ao mesmo tempo, difícil de enfrentar, mesmo para aqueles que já dominam o espaço e o ambiente escolar. O distanciamento social nos marcou, isso é fato. Para
uns mais do que para outros.

Entendemos que as reações podem variar muito, tanto em relação às manifestações emocionais quanto ao tempo necessário para se efetivar a nova adaptação que, em situações rotineiras, duraria, aproximadamente, uma quinzena. Nesse processo de readaptação escolar, não estaremos livres de passar por alguns transtornos, enquanto escola e família.

Segundo estudos da Psicologia e Neurologia, sabemos que a criança (da Educação Infantil ao Ensino Fundamental I) apresenta uma noção de espaço e de tempo em uma proporção muito diferente (maior) que os adultos, necessitando de um período de reajuste às rotinas
anteriores, como é o caso das rotinas e tempos escolares.

Leia também: Educação infantil: orientações para a volta às aulas

As crianças aproveitam as férias durante 50 dias, em média, e o retorno precisa ser gradual e planejado; mesmo que já conheçam os espaços. Imagina agora, foram quase 150 dias longe do ambiente escolar. Em muitos casos, o vínculo foi extremamente afetado. Será uma readaptação escolar nunca vivida.

No início do ano letivo, todos os alunos são novos em todas as séries, mesmo aqueles que estão matriculados há mais tempo na Escola. Para alguns, são muitas “novidades” para se adaptar: nova escola, nova sala, professor novo, novos colegas, novo mobiliário, novos livros e
novas posturas e comportamentos que serão esperados e/ou exigidos em um novo ano escolar!

Todo ano é uma novidade! Novas expectativas de aprendizagem e novas expectativas também de avaliação. Entretanto, agora temos outros desafios, pois o ano e a turma são os mesmos. Mas o tempo, ah, o tempo…nos distanciou, “abriu valas” em alguns casos. E as rotinas? Sem abraços, sem beijos, sem toque físico. No lugar de sorrisos, teremos máscaras.

Um ambiente inédito poderá produzir também reações inéditas tanto de professores, quanto de alunos e famílias.

Cabe às famílias acompanhar os protocolos instalados nas escolas, passo a passo. Cabe às escolas implementarem ações de segurança sanitária e demais protocolos para a retomada. Cabe ainda articular com a equipe docente ações de acolhimento para os alunos, famílias e
seus próprios colaboradores. Não será uma adaptação. Teremos uma readaptação escolar e uma ressocialização, com novas rotinas de higiene, de distanciamento e de práticas escolares.

O novo tende a nos causar ansiedade e até medo. Não tem problema em sentir isso. O que não podemos é sermos paralisados pelo medo. Com segurança, precaução e unidos mais do que nunca, passaremos por mais essa etapa. Novas formas de ensino foram instaladas, nossa
mente se ampliou para uma gama de ofertas e possibilidades. Apesar da dor do momento, vamos extrair o melhor disso tudo?

Leia também: Como lidar com as crianças que se mostram apreensivas com o retorno às aulas presenciais

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Iolene Lima
Iolene Lima tem 4 filhos adultos (Rafael, Pedro, Mateus e Rebeca). É pedagoga, pós-graduada em psicopedagogia clínica e institucional. Tem especializações em gestão de instituições escolares, qualidade educacional e alfabetização. Dá formação para professores, palestras para pais e consultoria a gestores escolares.

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