Série ‘Famílias em Pauta’, da SBP, discute superexposição das crianças na internet

Novo episódio do programa exibido no Youtube destaca a necessidade de ter cautela ao compartilhar fotos e vídeos dos filhos nas redes e supervisionar o uso de telas na infância

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No sofá, mãe tira foto sua com a filha ppelo celular
O Famílias em Pauta pode ser acessado no Youtube, na página da Sociedade Brasileira de Pediatria
Buscador de educadores parentais
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Com a popularização do uso das redes sociais, postar fotos de momentos especiais e de ocasiões do dia a dia é parte da rotina de muitos usuários. Entre os pais, incluir fotos e vídeos dos filhos em seus perfis também já se tornou comum. Nomeada de ‘sharenting’ – junção dos termos em inglês “share”, que significa dividir, compartilhar, e “parenting”, que é parentalidade – essa prática já se tornou tema de debates entre educadores e profissionais da infância. Para refletir sobre os perigos e impactos da superexposição das crianças nas redes, o assunto foi abordado no novo episódio do programa Famílias em Pauta, vinculado ao projeto “Pediatria para Famílias” da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que foi ao ar em 13 de janeiro.

Segundo a Dra. Liubiana Arantes de Araújo, presidente do Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da SBP, que abriu o debate sobre a superexposição das crianças no episódio, é preciso que os pais compreendam quais são os benefícios, as regras e os riscos sobre a prática do sharenting, uma vez que as consequências podem ser graves. Além disso, a especialista destacou a importância de os pais e responsáveis atualizarem os modelos anteriores de educação. 

“Estamos educando nativos digitais. A neurociência traz novos conhecimentos sobre as consequências negativas quanto ao uso inadequado das redes sociais, das telas e das novas tecnologias, e aponta a urgente necessidade de um aprendizado e adaptação para que sejam aplicados na educação das crianças e dos adolescentes”, comentou.

Perigos das crianças nas redes

Mesmo que as imagens e vídeos sejam publicadas pelos próprios pais ou familiares da criança, é possível que esse conteúdo seja visto e compartilhado por outros usuários sem o conhecimento dos pais. Na discussão, a coordenadora do Grupo de Trabalho em Saúde Digital, Dra. Evelyn Eisenstein, destacou os riscos que as crianças correm quando expostas em fotos e vídeos na internet. “Tanto a criança quanto o adolescente não imagina quem está do outro lado da tela. Geralmente, são aliciadores, que fazem essas imagens percorrerem as redes de pornografia e pedofilia espalhada no mundo em até 72 horas”, alertou Evelyn. Segundo ela, é muito importante que os pais ensinem os filhos sobre a segurança e a privacidade na internet. 

Atrelada à exposição da infância na web, estão outras problemáticas como os haters (usuários de redes sociais que fazem ataque aos perfis), as consequências emocionais sobre as crianças que se tornam celebridades, a mercantilização das crianças, dentre outros temas também abordados no episódio do programa.

Desse modo, o coordenador do Grupo de Trabalho em Saúde Mental da SBP, Dr. Roberto Santoro, defende que as crianças não tenham perfis em redes sociais, pois ainda não possuem habilidades e consciência para lidar com o grau de exposição que as redes proporcionam. Durante o debate no Famílias Em Pauta, ele destacou uma lei dos Estados Unidos que só permite a criação de perfis em redes sociais a partir dos 13 anos.

“Infelizmente, no Brasil não temos controle sobre isso. As crianças não têm perfis cognitivo e emocional suficientes para lidar com a exposição pública e suas consequências. É preciso que os pais façam a supervisão do uso de telas das crianças e adolescentes”, ressaltou.

Debates com especialistas de temas da infância

Além do sharenting e os riscos e consequências das crianças nas redes, o Famílias em Pauta já debateu outros temas relevantes, como o retorno seguro às aulas durante a pandemia de covid-19, benefícios do aleitamento materno, estímulos da prática de atividades físicas pelas crianças e adolescentes e a importância de toda criança ser atendida por um pediatra na Atenção Primária à Saúde. Os episódios variam entre 17 e 31 minutos aproximadamente, e contam com a participação de especialistas como o Dr. Moises Chencinski, membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP, e o Dr Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Todos os episódios dos programas anteriores podem ser assistidos no canal do Youtube da Sociedade Brasileira de Pediatria, ou clicando diretamente aqui. Além do acesso gratuito aos programas, os pais e/ou cuidadores podem enviar suas dúvidas sobre cada um dos temas abordados nas edições através do e-mail [email protected].


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