Professores são a favor da educação financeira nas escolas, mas dizem não receber formação

Estudo da Nova Escola e do Instituto XP mostrou que são poucos os docentes que usam o tema no contexto das aulas

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Menina de óculos conta num ábaco moedas do cofrinho
Pesquisa revelou que 59% doseducadores se queixam da falta de formação específica na área
Buscador de educadores parentais
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A educação financeira permite que as crianças aprendam a lidar com dinheiro desde cedo, tornando-se capazes de planejar e adquirir hábitos saudáveis de consumo na vida adulta. E os professores demonstram estar cientes da importância do assunto: quase nove a cada dez educadores destacam os benefícios desse aprendizado nas escolas, segundo pesquisa do Instituto XP em parceria com a Nova Escola, que ouviu cerca de mil docentes de escolas públicas ao longo de novembro e dezembro do ano passado.

Segundo o levantamento, 74% defendem o debate da temática nas escolas. Porém, somente 23% usam frequentemente conteúdos de educação financeira no contexto das aulas. 

O tema faz parte da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – documento que define os conhecimentos essenciais que os alunos da educação básica devem aprender – e deve ser trabalhado de modo transversal em diferentes componentes curriculares. Entretanto, a maioria dos professores (59%) se queixa da falta de formação específica na área, e outros 49% dizem sentir falta de material didático de qualidade sobre o assunto. 

Entre os principais desafios dos alunos, na percepção dos professores, estão: 

  • adaptação do conteúdo à capacidade de aprendizado (79%);
  • ansiedade elevada (52%);
  • problemas em casa (51%). 

Segundo o estudo, esses tópicos estariam relacionados a sequelas da pandemia, que levou ao afastamento temporário das aulas presenciais e, consequentemente, implicou em perdas mais significativas para os estudantes.

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Ana Ligia Scachetti, CEO da Nova Escola, afirma que a educação financeira é um tema de extrema importância e capaz de gerar transformações no dia a dia dos alunos. “É primordial colaborar para  que os professores conheçam boas práticas e conteúdos de qualidade que os ajudem a trabalhar este assunto na sala de aula”, ressalta a CEO da entidade, que disponibiliza gratuitamente diversos materiais para professores por meio de sua plataforma online.

Entre os efeitos que a educação financeira pode trazer aos alunos do ensino fundamental, o estudo revelou que:

  • 87% dos professores dizem que o tema traz noções sobre consumo consciente;
  • 85% citam uma maior conscientização dos alunos sobre a melhor forma de gastar e poupar dinheiro;
  • 85% avaliam que o assunto ajuda as crianças a colaborarem no planejamento da família;

Embora os dados sejam um pouco menores do que os apresentados na primeira edição do estudo, de 2021, os pesquisadores avaliam que segue alto o endosso dos professores aos benefícios do ensino da educação financeira nas escolas. 

Para Gabriela Torquato, head do Instituto XP, há uma percepção quase unânime da relevância da educação financeira. “E isso impulsiona o projeto para que possamos expandi-lo com o apoio dos professores e da sociedade. Por isso, continuaremos fomentando a discussão do tema dentro do ambiente escolar”, destaca a head. 

Após a primeira edição da pesquisa, o Instituto XP e a Nova Escola entregaram às escolas participantes diversos conteúdos gratuitos adaptados às necessidades identificadas no estudo. COm os resultados desta segunda edição, será feita uma nova análise para avaliar o quanto esses materiais apoiaram de fato a implementação do tema nas escolas. 

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