Quando as autoridades começaram a determinar o fechamento das escolas como uma das medidas de combate ao coronavírus, muitos pais consideraram a ação exagerada. Mas não é. Nem o fechamento das escolas, nem o fechamento dos estabelecimentos comerciais, como os shopping centers. “É hora de radicalizar, sim”, afirma o infectologista Ivan Marinho. “O distanciamento social é a única forma de diluir a doença no tempo, de atacar a progressão exponencial da contaminação.”
Coordenador de Infectologia e Clínica Médica do Grupo Leforte, de São Paulo, o médico diz que a experiência dos outros países precisa ser uma lição para o Brasil. “É inconcebível que as pessoas ainda estejam em bares, restaurantes”, diz ele. “Não existe nada mais eficaz contra a pandemia do que a contenção social”.
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Embora venha apresentando taxas de letalidade mais baixas do que o H1N1, por exemplo, o coronavírus é muito mais contagioso. Enquanto a taxa de contágio do primeiro esteja em torno de 1,5, a do covid-19 tem chegado a 4 – o que significa que cada pessoa impactada pode transmitir o vírus para até 4 pessoas, alimentando uma curva de crescimento exponencial da doença. Por isso o isolamento social é tão importante: é preciso impedir que as pessoas se transformem em transmissores do vírus.
“A maior parte das pessoas infectadas não ficará mal, terá os sintomas de uma gripe comum”, explica o infectologista. “Mas se um número gigantesco de pessoas ficarem doentes ao mesmo tempo, o sistema de saúde não conseguirá atender o volume de pacientes que precisará de atendimento hospitalar.”
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Segundo o infectologista, os pais têm uma responsabilidade enorme na estratégia de contenção social. Eles precisam orientar as crianças e precisam proteger os parentes que estão nos grupos de risco – as idosos, os diabéticos, os pacientes oncológicos, os portadores de doenças cardiovasculares e doenças crônicas de modo geral. “Não é hora de fazer festinhas, reuniões. “É hora de colocar o interesse coletivo acima do individual”
Na última quarta-feira (25), o médico e outros quatro especialistas do Leforte se reuniram para gravar um podcast especial sobre os cuidados que precisam ser tomados pelas pessoas que estão nestes grupos de risco. Se você tem parentes com esse perfil, vale a pena ouvir o podcast. Participam do programa, além de Ivan Marinho, o oncologista Ivan Marinho, o cardiologista Heron Rached e a endocrinologista Maria Gabriela Bulsan.
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