“A maternidade é para mim o lugar onde eu aprendo tudo sobre gratidão, generosidade, entrega e amor. Eu sou mais gente porque vocês, mães, me ensinam. Eu sou mais padre porque vocês me ensinam. Tudo que aprendi de mais nobre na minha vida foi observando mães”, disse o padre Fábio de Melo durante a 6ª edição do Seminário Internacional de Mães, que este ano aconteceu de forma online, por causa da pandemia do coronavírus.
Mineiro que vive em Taubaté, no interior de São Paulo, o padre é um sacerdote-celebridade, que também canta, escreve livros e arrasta 21,6 milhões de seguidores só no Instagram e outros 8 milhões no Twitter. Gente de todos os credos e estilos que o acompanham para saber o que ele prega, fala e compartilha. No evento, ele conversou com a respeitada pediatra Filomena Camilo do Vale, mais conhecida como Dra. Filó, de Belo Horizonte. Durante quase uma hora de bate-papo, eles falaram de temas como maternidade, esperança e espiritualidade.
O seminário é considerado o maior evento de maternidade do país e foi encerrado nesta sexta-feira (28), depois de cinco dias seguidos de palestras, que tiveram também a participação do psicólogo Alexandre Coimbra, da cantora Thaeme, do ginecologista e obstetra Renato Kalil e da colunista da Canguru News, a educadora portuguesa Magda Gomes Dias, entre outras atrações.
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‘As famílias estão se redescobrindo’, destaca a Dra. Filó
O padre Fábio de Melo abriu o debate falando da importância de cuidar não só de si, “mas daquilo que nos cerca e daqueles que nos cercam, cuidando também da saúde emocional, para que a gente saia de tudo isso um pouco melhor“.
A Dra. Filó também destacou o cuidado como um ponto vital de atenção neste momento. “Quem não sabe cuidar de si e não aceita se cuidar, não consegue cuidar do outro. As famílias estão se redescobrindo, tiveram que aprender muitas formas de cuidar uns dos outros e aprenderam a cuidar até pelo olhar, porque ficamos tão mascarados que tivemos que aprender um olhar que desse abrigo, que acolhesse”, afirmou a médica.
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O olhar que comunica e acolhe as crianças
No atendimento do CTI (Centro de Terapia Intensiva) pediátrico da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, em que trabalha, Dra. Filó disse brincar com as crianças internadas. “Digo que estamos vivendo em um mundo sem face, sem boca pra gente rir, e por isso tivemos que aprender a fazer tudo pelo olhar. Que descoberta, temos a oportunidade de fazer muita coisa bacana a partir daí.”
A médica ressaltou ainda a importância do olhar acolhedor dos pais para os filhos. “Há situações em que a criança olha para a mãe para ter permissão de fazer alguma coisa. Se ela encontra esse olhar que a acolhe na infância e na adolescência, ela se sentirá abrigada e amada na vida adulta”.
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O padre Fábio de Melo complementou dizendo que o olhar talvez seja a forma mais eficaz de comunicação e citou uma frase que ele costuma usar sempre: “As pessoas têm todo direito de dizer que não entenderam o que eu disse, mas jamais vão poder dizer que não entenderam a maneira como olhei para elas“.
Com mais de 16 mil visualizações, a conversa entre os dois palestrantes foi encerrada com esperança. O padre afirmou que nesse momento não basta ter fé em Deus. “Ter religião não é garantia de ultrapassar bem esse momento. A esperança enquanto já o resultado da espiritualidade em nós é o grande elemento motor deste momento. Ela é um elemento humano que precisamos articular diariamente.”
Fábio de Melo citou um teólogo alemão Jürgen Moltmann que dizia que a esperança só faz sentido quando nos coloca no contexto de construir aquilo que esperamos. “A esperança é operante. Eu faço enquanto espero. Se eu quero atingir uma meta no futuro, eu tenho que me dedicar a ela agora, não posso ficar acomodado, esperando de braços atados“, concluiu o sacerdote.
Clique aqui para assistir à conversa completa entre o padre Fábio de Melo e a Dra. Filó.
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