Dar mesada aos filhos é uma ótima maneira de fazer com que se familiarizem com o universo financeiro e aprendam desde cedo a poupar e lidar com um orçamento. Para o especialista em educação financeira e colunista da Canguru News, Carlos Eduardo Freitas Costa, a mesada deve ter como função principal permitir à criança lidar com conceitos importantes para sua a vida financeira. “Escolhas de consumo para o seu dinheiro, definição de um orçamento e hábito da poupança. Ou seja, os objetivos da mesada estão limitados ao comportamento financeiro da criança”, diz.
O educador financeiro Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira, explica que “a mesada, se bem aplicada, ao invés de ser um incentivo ao consumo, se torna um meio de educar financeiramente os jovens para que possam viver de forma mais consciente e sustentável”. Ele ressalta, porém, que se a mesada for oferecida de forma equivocada pode causar impactos negativos na educação das crianças. A seguir, Reinado lista os sete principais erros na implementação da mesada, retirados de seu livro Mesada não é só dinheiro – Conheça os 8 tipos e construa um novo futuro.
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Práticas a evitar ao dar mesada aos filhos
1. Desequilíbrio
A criança não deve guardar todo o seu dinheiro para os sonhos. Ela precisa separar 50% de sua mesada para o consumo cotidiano e se dar o direito de comprar algo que deseja – sem excessos. Por incrível que pareça, a disciplina rígida que alguns pais impõem dentro de casa pode acabar transformando seus filhos em crianças obsessivas com o dinheiro e, consequentemente, em futuras pessoas avarentas.
2. Violação
Os pais não podem, de forma alguma, usar o dinheiro que a criança vem guardando para os seus sonhos como empréstimo. Essa recomendação pode parecer absurda, mas existem muitos casos, no âmbito familiar, em que os pais ou responsáveis mexem no cofrinho do filho ou retiram algum valor da caderneta de poupança da criança para pagamento de uma conta da casa ou mesmo para uso particular.
3. Ruptura
Nunca atravesse as etapas de esforço e crescimento de seu filho. Jamais compre o objeto de sonho dele antes que a criança consiga juntar o dinheiro para conquistá-lo. Isso fará com que ele registre na mente, para o resto da vida, a ideia de que não precisa lutar para conquistar as coisas que deseja.
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4. Permissão
Aprenda a dizer não, é para o bem da criança. Durante a implementação da mesada, você vai se deparar com a seguinte situação: a criança vai gastar todo o dinheiro antes de o mês terminar. É natural, ela está aprendendo e vai pedir mais quando isso acontecer. Mas ela deve vivenciar as consequências de seus atos.
5. Desmedida
A mesada não pode ser usada nem como prêmio, nem como castigo. Há pais que, por impulso, decidem não dar mesada por um período de tempo ao filho, por mau comportamento ou notas baixas, por exemplo. Ou então, dão a mesada porque o filho fez alguma atividade doméstica. A mesada deve ser respeitada e jamais virar uma moeda de troca ou “barganha” entre pais e filhos.
6. Remuneração
A mesada não é salário. Salários são pagos para quem trabalha e criança não pode e não deve trabalhar. Esse é um dos conceitos que nunca é demais reforçar, para que as coisas fiquem realmente claras. Salário é salário, mesada é mesada!
7. Sonegação
Os adultos devem ensinar as suas crianças, desde cedo, que tudo que compramos deve vir com nota fiscal, desde um chocolate até uma bicicleta. Portanto, não deem o exemplo errado para os seus filhos, negociando uma compra sem nota fiscal para obter desconto.
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