Separamos sete brincadeiras sugeridas por especialistas, que além de ocupar os pequenos, favorecem a interação da família, ajudam a combater a ociosidade e servem de alternativa a um concorrente de peso: os eletrônicos. “Construir brinquedos, imaginar histórias, explorar as possibilidades do corpo em diferentes contextos é essencial. Embora mantenham a rotina familiar e de cuidados pessoais, é importante que as crianças se desconectem da necessidade de brincar em horários estipulados ou com diversos compromissos”, comenta a professora de educação física Bárbara Travassos Barreto, que dá aulas para a Educação Infantil e o 1º ano do Ensino Fundamental do Colégio Franciscano Pio XII, na zona sul de São Paulo.
A mestre em psicologia positiva e colunista da Canguru News, Adriana Drulla, diz que é possível adotar algumas formas de entreter melhor as crianças e fugir do excesso de telas. “Brincar junto, cozinhar junto, até mesmo dividir outras tarefas domésticas são exemplos de momentos agradáveis de interação para se fazer nas férias em casa. E, na medida do possível, incentivar o engajamento da criança com essas atividades sentando junto e brincando com ela. Afinal, mais do que estar mais presente, é importante aproveitar esse tempo para criar vínculos e conexão, de modo que as crianças se sintam verdadeiramente acolhidas”, destaca Adriana. Ela lembra que o vínculo com os pais é um dos principais fatores que serve de suporte à resiliência emocional da criança, isto é, a capacidade dela enfrentar desafios de forma construtiva. Mesmo que seja difícil convencer os filhos a deixar de lado a TV, os aplicativos e videogames, as especialistas mostram que há muitas opções interessantes para explorar nestas férias de julho. Confira as sugestões!
1. Cantos de brincadeiras
Muitas escolas usam os cantos de brincar em determinados momentos do dia, em que organizam espaços por temas como massinhas, dinossauros, bonecos, objetos da casa (telefones antigos, teclados de computador), lápis e tintas coloridas para pintar, entre outras possibilidades. A mesma proposta pode ser feita em casa com sucesso – as crianças adoram essa atividade. “Construir junto com a criança cantinhos de brincadeira em que estejam disponíveis jogos de tabuleiro, jogos de montar, massinha, materiais de pintura e livros são bons recursos para entretê-las”, diz Adriana.
2. Todo mundo na cozinha
Muitos são os benefícios de levar as crianças para a cozinha, a começar pela criação de bons hábitos alimentares desde a infância. Envolver a criança no preparo de receitas, escolha dos ingredientes e a sua preparação é uma forma de incentivá-la a provar novos sabores. É ainda uma maneira de construir boas memórias em família e fortalecer o vínculo afetivo com os pais ou outros familiares que estiverem participando da atividade.
3. Limite ao uso de telas
A mestre em psicologia positiva recomenda que os pais estabeleçam um limite para o uso das telas, mesmo que ele seja mais flexível. “Também é importante que monitorem o conteúdo consumido já que as telas podem ser usadas para atividades criativas, por exemplo, em vez de serem usadas apenas para o consumo passivo de vídeos”, sugere Adriana.
4. “Grandes construções”
A dica da professora de educação física é explorar materiais não estruturados, como caixas, potes, tampas, lençóis, diferentes papéis, pregadores de roupa, entre outros que podem tornar-se grandes construções das crianças. “Elas precisam de tempo para imaginar, criar e recriar. Além disso, outras ideias são construir cabanas e circuitos de desafios corporais”.
5. Espaços ao ar livre
Em lugares que estão sendo reabertos, é importante optar por locais com pouca circulação de pessoas. “Desta maneira, as construções podem ocorrer com materiais da natureza, como pedras, pinhas, graveto, areia, folhas secas, entre outros”, comenta a professora. Momentos em que as crianças possam correr, andar de bicicleta e escalar árvores ajudam para que conheçam os limites e as possibilidades do próprio corpo.
6. Pais junto com os filhos
“Brinque com seu filho!”, comenta a professora Bárbara. “Considere o processo criativo e imaginativo, se coloque em diferentes papéis e promova a interação com a cultura da criança”, sugere ela. Além disso, a educadora propõe ler livros e contar e imaginar histórias. Também é essencial que as famílias compreendam e respeitem o tempo e os espaços das brincadeiras das crianças, ajudando a organizar e disponibilizar os materiais, caso necessário.
7. Brincadeiras de antigamente
Pião, bolinha de gude, pipa, peteca… Que tal compartilhar com o seu filho as suas brincadeiras favoritas da infância? Revisitar a memória afetiva é uma forma dos pais relembrarem vivências marcantes de quando eram criança e dividir isso com os filhos. “Reviver momentos da infância com os filhos incentiva o brincar e a qualidade dos momentos de convivência com as crianças”, afirma Bárbara.
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