Experiências da infância, nossas e dos nossos pais, influenciam nosso DNA

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    Experiências da infância influenciam nosso DNA
    Foto: João Rafael - Unsplash
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    As experiências que tivemos na primeira infância podem alterar o comportamento do nosso DNA. E algumas dessas alterações podem até ter sido transmitidas de uma geração para outra. Por isso, vivências que nossos pais tiveram quando criança podem influenciar geneticamente quem somos hoje.

    É o que afirmam diversos estudos recentes sobre epigenética – área da ciência que estuda como o ambiente pode afetar a expressão dos genes.

    Em artigo para a Folha de São Paulo, Mariana Luz, presidente da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV), diz que os cientistas investigam até que ponto o que vivemos na infância e durante a gestação pode deixar marcas nos genes e influenciar, positiva ou negativamente, comportamentos e habilidades.

    Daí a importância de crescer em um ambiente acolhedor, harmonioso e rico em experiências positivas, que favoreçam o bem-estar da criança e ampliem suas possibilidades no futuro.

    “Viver em uma atmosfera ameaçadora, permeada pela violência, pobreza, abuso e negligência pode ajudar a produzir alterações que afetam negativamente a criança por toda a vida”, afirma a presidente da FMCSV.

    Situação de pobreza na infância causa diversos prejuízos às crianças

    Uma em cada três crianças de até seis anos vive na pobreza ou extrema pobreza no Brasil. E as situações de estresse pelas quais essas crianças passam na infância têm relação com o aumento do risco de doenças físicas e mentais, além de problemas comportamentais e de aprendizagem.

    Diante desse quadro, Mariana ressalta a urgência de implementar políticas e práticas voltadas à primeira infância. Entre elas, iniciativas que apoiem as famílias, com informações e orientações quanto a como estimular os filhos, interagir e criar vínculos com eles. Investir em educação infantil pública de qualidade, com bons profissionais, ambientes e materiais apropriados, também é fundamental.

    A presidente da FMCSV diz que a sociedade tem que garantir às crianças que alcancem em suas trajetórias o desenvolvimento pleno, em termos físicos, cognitivos e socioemocionais.

    “Se restavam dúvidas, a epigenética está aí para mostrar que investir em políticas que cuidem da criança e apoiem suas famílias para que tenham condições de oferecer aos seus filhos um ambiente seguro, acolhedor e afetuoso é a melhor escolha. Cada dia na primeira infância conta muito. E seis anos passam rápido demais”, destaca Mariana.

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    Verônica Fraidenraich
    Editora da Canguru News, cobre educação há mais de dez anos e tem interesse especial pelas áreas de educação infantil e desenvolvimento na primeira infância. É mãe do Martim, 9 anos, sua paixão e fonte diária de inspiração e aprendizados.

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