Os videogames são um bom exemplo de que, na vida, errar faz parte do jogo

No jogo e na vida, quando errarmos –e vamos errar–, poderemos tentar de novo. Afinal, não existem seres humanos que não cometem erros, lembra a colunista Bete P. Rodrigues
Os videogames são um bom exemplo de que os erros fazem parte do jogo
No jogo e na vida, quando errarmos –e vamos errar–, poderemos tentar de novo, diz a colunista Bete P. Rodrigues

Qual sua visão de erro? O que você ouvia sobre erros quando era criança? Provavelmente, que não podia cometê-los! Afinal, aprendemos a associar os erros a sentimentos de fracasso, ineficiência, incapacidade, humilhação, vergonha, culpa. Ninguém quer se sentir assim, né? E tampouco ser punido por ter errado. Por isso, logo aprendemos a esconder nossos erros e omiti-los – o que, na verdade, é mentir – para não “ser pego” e isso não afetar nossa imagem social.

Alfred Adler (psicólogo austríaco) e Rudolf Dreikurs (psiquiatra e educador austriaco) nos ensinaram a olhar também para os erros como maravilhosas oportunidades de aprendizagem e não como atestados de fracasso. Isso vale para os erros dos outros e para os nossos. 

Uma excelente oportunidade de ensinar às crianças e adolescentes esse novo olhar para os erros é refletir com eles sobre como o erro é visto nos jogos de vídeo game. Fazem parte do jogo! Você provavelmente não vai se sentir humilhado ou envergonhado se não conseguir ir para a próxima fase – você simplesmente segue tentando. É preciso errar muito (e aprender com seus erros) antes de passar para a próxima fase do jogo (ser um jogador/pessoa melhor)! 

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No jogo – e na vida- quando errarmos podemos tentar de novo. Observe: quando errarmos. Porque vamos errar. Somos humanos e não existem humanos que não cometem erros. Aliás, Rudolf Dreikurs em 1957  proferiu um discurso sobre aCoragem de ser imperfeito”.

Pais, mães e educadores podem demonstrar como ter essa coragem. Que tal:

– ser humilde e responsável e quando você cometer erros, mencioná-los em voz alta, rindo de si mesmo (quando couber) ou procurando repará-los, assumindo a responsabilidade pelos próprios erros (veja os passos abaixo). 

– abrir um espaço regular de confiança e liberdade para falar sobre “coisas que deram errado”.  Que tal durante as reuniões de classe/família? 

– ouvir e responder com empatia e compaixão aos erros dos filhos/alunos ou outros adultos, evitando julgamento, culpa e sermões.

– quando for adequado, fazer perguntas curiosas para ajudar o outro a explorar as consequências das suas próprias escolhas. 

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Você provavelmente já conhece os 4 R da Recuperação dos Erros da Disciplina Positiva, mas aqui vai um resumo:

  1. Reconheça seu erro – você pode até sentir constrangimento e arrependimento, mas procure desapegar desses sentimentos (autoperdão) e focar no próximo passo. Seria como dizer mais ou menos isso: “Ops! Errei…”.
  2. Responsabilize-se com conscientização e responsabilidade em vez de culpa ou vergonha. Caberiam aqui frases como: “… quando gritei com você”. (não cabe falar o que o OUTRO fez)
  3. Reconcilie-se pedindo desculpas sinceras para criar conexão (quando outras pessoas estiverem envolvidas). Por exemplo: “Desculpe, filho…”.
  4. Resolva o problema focando em soluções e, se adequado, junto com outras pessoas. Uma possibilidade: “…como podemos resolver isso juntos para que não aconteça de novo?”.

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Bete P. Rodrigues

Bete P. Rodrigues é mãe, madrasta e vódrasta. Professora e consultora educacional, palestrante, coach, tradutora e trainer em Disciplina Positiva para mães, pais e profissionais. Saiba mais sobre ela em: @disciplinapositivabrasil www.beteprodrigues.com.br

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